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Oposição italiana pede convocação de embaixador turco

10/07/2020 15h49

ROMA, 10 JUL (ANSA) - O membro do Comitê de Relações Exteriores da Itália Edmondo Cirielli, do grupo parlamentar de centro-direita Irmãos da Itália, pediu nesta sexta-feira (10) para o chanceler italiano, Luigi Di Maio, convocar o embaixador turco para esclarecer sobre a decisão de Istambul de transformar a Basílica Santa Sofia em uma mesquita. "A conversão em uma mesquita de um museu que era uma igreja tão importante para o cristianismo, como a de Santa Sofia em Istambul, confirma a tendência radical e islâmica da Turquia", afirmou o político em nota.   

Segundo Cirielli, a decisão anunciada pelo governo turco é "um ato sem precedentes de discriminação e agressão religiosa pelo mundo livre".   

"O governo italiano, através do ministro das Relações Exteriores Luigi Di Maio, deve convocar imediatamente o embaixador turco para esclarecimentos sobre o que realmente está acontecendo.   

Além disso, devemos pedir aos aliados que suspendam a Turquia na Otan", acrescentou. Nesta tarde, durante discurso à nação, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a transformação da Basílica em mesquita e sua inauguração em 24 de julho, ressaltando que é um "direito soberano" da Turquia.   

A questão é polêmica e era debatida na justiça há anos. O pedido de alteração havia sido feito por uma associação islâmica em Istambul e foi apresentado em 2016. "Até a União Europeia deve interromper qualquer forma de colaboração com o governo turco, denunciado o fato à ONU como um crime contra a humanidade. Portanto, é necessário dar imediatamente um forte sinal contra a política ditatorial de Erdogan, que relançou implacavelmente sua ideologia pan-turca e islâmica", finalizou o político do Irmãos da Itália. Unesco - A Unesco, por sua vez, lamentou a decisão das autoridades turcas de "modificar o estatuto" da Santa Sofia e ressaltou que a decisão foi tomada "sem um diálogo prévio" com todas as partes interessadas. A declaração foi dada pela diretora da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Audrey Azoulay. (ANSA)
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