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Belarus prende mais 700 pessoas em protestos contra governo

13/08/2020 07h37

MOSCOU, 13 AGO (ANSA) - As forças de ordem de Belarus prenderam mais de 700 pessoas na noite desta quarta-feira (12) durante os protestos contra o governo do país, informou em nota oficial o Ministério do Interior. Com isso, já são mais de 6,7 mil detidos durante os atos que começaram após a reeleição do presidente Aleksandr Lukashenko no último domingo.   

"Cerca de 700 pessoas foram presas por terem participado de manifestações em massa não autorizadas. As desordens no país não são maciças, mas a quantidade de agressões na relação com as forças policiais continua alta", informou a pasta segundo nota obtida pela agência de notícias russa Tass.   

As agressões teriam ferido 103 agentes que atuaram nas ruas, sendo que 28 precisaram ser internados. Por outro lado, entidades denunciam prisões arbitrárias e informam que um jovem de 25 anos morreu após ser detido. Ele seria a segunda vítima dos protestos.   

O aumento da repressão policial contra os manifestantes vem preocupando entidades internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU). Pouco antes da quarta noite consecutiva de protestos, a alta comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou o uso da força contra os cidadãos.   

"As pessoas tem o direito de se manifestar e de não estar de acordo, sobretudo no contexto das eleições, quando as liberdades democráticas deveriam ser mantidas, não suprimidas", afirmou a chilena em uma nota oficial.   

Bachelet citou as mais de seis mil prisões reportadas, "incluindo menores de idade", e que esse procedimento de "detenções em massa são uma clara violação dos direitos humanos internacionais".   

As manifestações começaram assim que os resultados preliminares da disputa eleitoral foram divulgados pela mídia de Belarus.   

Segundo a Comissão Central, Lukashenko foi reeleito para seu sexto mandato consecutivo com mais de 80% dos votos.   

Diversas entidades afirmam que a disputa foi fraudada - sem contar o fato de diversos candidatos terem sido impedidos de concorrer ao cargo. A União Europeia classificou a disputa como "nem livre nem justa" e ameaça impor sanções.   

O atual mandatário, que está no poder desde 1994, é apontado como o "último ditador da Europa". A disputa não foi acompanhada por observadores internacionais, que não foram autorizados a ir para o país. (ANSA).   

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