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Itália usará 3 navios para acolher migrantes de Lampedusa

02/09/2020 17h29

ROMA, 2 SET (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, determinou nesta quarta-feira (2) o envio de três novos navios para fazer quarentena de migrantes forçados e refugiados que estão superlotando os centros de acolhimento da ilha de Lampedusa.   

A decisão foi tomada durante reunião em Roma com o governador da Sicília, Nello Musumeci, e o prefeito de Lampedusa, Totò Martello, para debater a crise migratória e política com os governos da região.   

"Em dois dias, três novos navios de quarentena chegarão a Lampedusa e os migrantes serão transferidos para lá", afirmou Musumeci, no final da cúpula.   

De acordo com Conte, as embarcações chegarão na ilha entre quinta (3) e sexta-feira (4) para esvaziar Lampedusa. "Estamos prontos para reforçar a vigilância sanitária dos migrantes para garantir a máxima segurança da população", disse.   

O premier explicou que tem consciência das dificuldades que Musumeci está passando e ressaltou a necessidade de estudar "juntos as soluções mais eficazes para enfrentá-las", apesar de que a crise migratória sempre foi complexa. "São necessárias iniciativas em vários níveis e intervenções bem sinérgicas e bem coordenadas".   

Durante a conversa também ficou decidido que o governo italiano fortalecerá as patrulhas marítimas, além de intensificar o repatriamento dos migrantes já que o governo da Tunísia acabou de se formar.   

A Itália vem registrando uma chegada maior de migrantes nos últimos meses, sendo que a maioria dos estrangeiros partiu da Tunísia - que fica a cerca de 100 quilômetros, em linha reta, de Lampedusa.   

"Esperamos fortalecer o programa de repatriação com sistemas mais flexíveis, inclusive o transporte marítimo. Fortalecemos o patrulhamento em águas internacionais, intensificando as unidades navais do Operação Pelage, reiniciada hoje para combater o tráfico ilícito", acrescentou Conte, lembrando que já foi preparado o reforço desta ação, que conta com o envolvimento da Marinha da Itália, Guarda Costeira e Guarda de Finanças. O premier italiano disse ainda que Lampedusa merece medidas econômicas favoráveis para apoiar as atividades e os cidadãos da ilha. A reunião foi convocada por Conte depois de uma briga que foi parar na Justiça para a alocação dos deslocados que vão para a Itália através do Mar Mediterrâneo. Apesar das declarações de Conte, o govenador da Sicília reforçou que "as divergências permanecem com o governo, que propôs algumas iniciativas, mas não relacionadas a um calendário, fora de prazos precisos".   

"Dissemos que todos os hotspots devem ser esvaziados para estarem de acordo com os regulamentos anti-Covid. O governo está disposto a esvaziar o de Lampedusa, eles creditaram esta intervenção ainda nos próximos dias" finalizou Musumeci. (ANSA)
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