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Covid-19: Itália pode ter meses mais difíceis que no início de pandemia, diz governador

13.jun.2020 - Turistas esperam em longa fila para visitar o Palazzo Ducale, uma das construções mais imponentes de Veneza, na Itália, reaberto hoje - Roberto Serra - Iguana Press/Getty Images
13.jun.2020 - Turistas esperam em longa fila para visitar o Palazzo Ducale, uma das construções mais imponentes de Veneza, na Itália, reaberto hoje Imagem: Roberto Serra - Iguana Press/Getty Images

09/10/2020 09h54

O governador da terceira região mais populosa da Itália afirmou nesta sexta-feira (9) que, se as tendências atuais se mantiverem, o país viverá meses mais difíceis do que no início da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2.

A declaração chega em meio à escalada dos novos casos na Itália, com os focos de contágio se deslocando em direção ao sul da península.

"O momento mais difícil da Covid-19 não ficou para trás, ele ainda está na nossa frente. Preparemo-nos para ter meses - se as tendências em curso se confirmarem - ainda mais pesados do que aqueles de janeiro a maio", disse Vincenzo de Luca, governador da Campânia, região de 5,8 milhões de habitantes e cuja capital, Nápoles, é a maior e mais importante cidade da Itália meridional.

Relativamente poupada no início da pandemia, a Campânia vem sendo o principal vetor de crescimento dos casos de Sars-CoV-2 no país desde 26 de setembro, superando inclusive a Lombardia, epicentro da crise na Itália, nos números diários.

A região soma 16.464 contágios confirmados desde o início da pandemia, sendo que 5.109 foram registrados nos últimos 13 dias.

Em 18 de maio, quando a Itália saiu do lockdown, a Campânia somava 4.695 casos e 399 óbitos - agora são 470 mortes na região.

"Se crescer a idade média dos infectados, podemos esperar mais internações, e com duas novidades que não tínhamos seis meses atrás: a abertura das escolas e a temporada de epidemia gripal", acrescentou De Luca, recém-reeleito com quase 70% dos votos, muito em função de sua postura "linha dura" na crise sanitária.

Apesar do crescimento recente nos casos, o governador ressaltou que a situação "parece sob controle", mas não confirmou se adotará medidas restritivas nos próximos dias. "Tomaremos todas as decisões necessárias, não as decisões mais cômodas", disse.

Suíça - Por conta do recrudescimento da pandemia, a Campânia foi colocada pelo governo da Suíça em uma lista de países e zonas com alto risco de infecção pelo Sars-CoV-2.

A relação atualizada nesta sexta-feira também contém as regiões italianas da Sardenha e do Vêneto, que se juntam à Ligúria, incluída em 25 de setembro.

A lista vale pelo menos até 12 de outubro e determina que viajantes provenientes dessas zonas cumpram quarentena de 10 dias ao entrar na Suíça. Atualmente, a Itália contabiliza 338.398 casos e 36.083 mortes na pandemia do novo coronavírus.