Vaticano confirma que acordo com China será renovado
ROMA, 21 OUT (ANSA) - O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, confirmou nesta quarta-feira (21) que o acordo firmado com a China para a nomeação de bispos no país será renovado até 2022.
"Sim, sim, sim. Posso antecipar que tudo andará bem. O acordo não se assina, já foi assinado há dois anos e será prolongado, simplesmente, para outros dois anos em experimentação", disse o cardeal a um grupo de jornalistas que o questionaram sobre como estavam as tratativas.
Parolin ainda destacou que tem "esperança" de que, com a prorrogação do acordo, "a igreja na China consiga ter a graça de reencontrar a unidade e que possa se tornar um instrumento de evangelização" bem como "sirva para o desenvolvimento verdadeiro da sociedade".
"A decisão foi tomada por esses dias. Houve contato entre ambas as partes. A Covid-19 atrasou tudo porque não podemos viajar, mas posso dizer que houve contatos entre as partes. Vocês vão ver o que acontecerá amanhã. Eu vos deixo um sinal positivo", acrescentou.
Os repórteres ainda questionaram o cardeal sobre detalhes do acordo. "Isso é um segredo relativo. Muitos dos conteúdos já são conhecidos, mas é verdade que, pelo acordo entre as duas partes, enquanto ele for experimental, os conteúdos são reservados", afirmou.
O secretário de Estado ainda foi perguntado se a Igreja estava satisfeita com o andamento das negociações, ao que Parolin respondeu que "certamente porque esperamos que possa haver um funcionamento contínuo e melhor graças ao acordo".
"Estamos contentes. Depois, há tantos outros problemas que o acordo não se propunha a resolver. Destacamos muito também isso, não achem que o acordo possa resolver todos os problemas", pontuou.
Ao ser questionado se ele se referia às perseguições cometidas contra os católicos, o cardeal pontuou que sim.
"Perseguição... é preciso saber usar a palavra certa. Há regulamentações que atingem todas as religiões, não apenas a católica. O acordo não atinge as relações diplomáticas, estamos concentrados sobre a Igreja e sobre isso nós vamos insistir. O acordo não resolveu todos os problemas, mas esperamos poder enfrentar e resolver as dificuldades um pouco por vez. O acordo não tem sequer a previsão de relações diplomáticas. Ele atinge a Igreja e as nomeações episcopais", acrescentou Parolin.
- O acordo: O pacto entre a Igreja Católica e o governo da China foi assinado em outubro de 2018 e tinha duração de dois anos.
Com o entendimento, o Vaticano voltou a ter um papel ativo na nomeação de bispos e arcebispos, que até então eram feitos à revelia do Papa. Porém, os religiosos não são obrigados a se alinharem com a Santa Sé.
Por isso, durante décadas, os cerca de 12 milhões de católicos chineses se dividiam entre a igreja liderada por bispos escolhidos pelo Partido Comunista Chinês e uma comandada pela Igreja Católica Apostólica Romana, que atuava de maneira clandestina.
O Vaticano e a China romperam relações diplomáticas em 1951 após a Santa Sé reconhecer o território de Taiwan como independente.
(ANSA).
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"Sim, sim, sim. Posso antecipar que tudo andará bem. O acordo não se assina, já foi assinado há dois anos e será prolongado, simplesmente, para outros dois anos em experimentação", disse o cardeal a um grupo de jornalistas que o questionaram sobre como estavam as tratativas.
Parolin ainda destacou que tem "esperança" de que, com a prorrogação do acordo, "a igreja na China consiga ter a graça de reencontrar a unidade e que possa se tornar um instrumento de evangelização" bem como "sirva para o desenvolvimento verdadeiro da sociedade".
"A decisão foi tomada por esses dias. Houve contato entre ambas as partes. A Covid-19 atrasou tudo porque não podemos viajar, mas posso dizer que houve contatos entre as partes. Vocês vão ver o que acontecerá amanhã. Eu vos deixo um sinal positivo", acrescentou.
Os repórteres ainda questionaram o cardeal sobre detalhes do acordo. "Isso é um segredo relativo. Muitos dos conteúdos já são conhecidos, mas é verdade que, pelo acordo entre as duas partes, enquanto ele for experimental, os conteúdos são reservados", afirmou.
O secretário de Estado ainda foi perguntado se a Igreja estava satisfeita com o andamento das negociações, ao que Parolin respondeu que "certamente porque esperamos que possa haver um funcionamento contínuo e melhor graças ao acordo".
"Estamos contentes. Depois, há tantos outros problemas que o acordo não se propunha a resolver. Destacamos muito também isso, não achem que o acordo possa resolver todos os problemas", pontuou.
Ao ser questionado se ele se referia às perseguições cometidas contra os católicos, o cardeal pontuou que sim.
"Perseguição... é preciso saber usar a palavra certa. Há regulamentações que atingem todas as religiões, não apenas a católica. O acordo não atinge as relações diplomáticas, estamos concentrados sobre a Igreja e sobre isso nós vamos insistir. O acordo não resolveu todos os problemas, mas esperamos poder enfrentar e resolver as dificuldades um pouco por vez. O acordo não tem sequer a previsão de relações diplomáticas. Ele atinge a Igreja e as nomeações episcopais", acrescentou Parolin.
- O acordo: O pacto entre a Igreja Católica e o governo da China foi assinado em outubro de 2018 e tinha duração de dois anos.
Com o entendimento, o Vaticano voltou a ter um papel ativo na nomeação de bispos e arcebispos, que até então eram feitos à revelia do Papa. Porém, os religiosos não são obrigados a se alinharem com a Santa Sé.
Por isso, durante décadas, os cerca de 12 milhões de católicos chineses se dividiam entre a igreja liderada por bispos escolhidos pelo Partido Comunista Chinês e uma comandada pela Igreja Católica Apostólica Romana, que atuava de maneira clandestina.
O Vaticano e a China romperam relações diplomáticas em 1951 após a Santa Sé reconhecer o território de Taiwan como independente.
(ANSA).
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