UE emite dívida no mercado pela primeira vez na história
BRUXELAS, 22 OUT (ANSA) - A União Europeia realizou nesta quarta-feira (21) um passo histórico em seu processo de integração, com a emissão de 17 bilhões de euros em títulos comunitários para financiar um programa contra o desemprego.
É a primeira vez na história que a Comissão Europeia, poder Executivo da UE, coloca papéis de dívida no mercado para financiar suas atividades, que até então eram bancadas exclusivamente pelas contribuições dos Estados-membros.
A emissão inclui 10 bilhões de euros em títulos com vencimento em outubro de 2030 e outros 7 bilhões com prazo de pagamento fixado para 2040. Segundo a Comissão Europeia, houve um "forte interesse dos investidores", o que resultou em "preços favoráveis" para os dois papéis.
"Pela primeira vez na história, a Comissão emitiu títulos sociais no mercado para arrecadar dinheiro que ajudará as pessoas a manterem seus trabalhos. Esse passo sem precedentes vai ao encontro da era extraordinária que estamos vivendo", comentou a presidente do Executivo europeu, Ursula von der Leyen.
Os recursos serão usados para financiar o programa "Sure", acrônimo em inglês para "Apoio para mitigar riscos de desemprego em uma emergência".
O dinheiro será distribuído sob a forma de empréstimos com juros subsidiados para 17 Estados-membros, sendo a Itália a maior beneficiária do programa, com 27,4 bilhões de euros. Em seguida, aparecem Espanha (21,3 bilhões de euros), Polônia (11,2 bilhões) e Bélgica (7,8 bilhões).
"Os primeiros países que receberão apoio são Itália, Espanha e Polônia. Eles foram duramente atingidos pela crise, e o dinheiro chegará a eles rapidamente", prometeu Von der Leyen no Twitter.
Até o momento, a Comissão Europeia já se comprometeu a repassar 87,8 bilhões de euros para os 17 países beneficiários, mas o orçamento do programa pode chegar até 100 bilhões de euros.
Motivo de polêmica em Bruxelas, a emissão de dívida foi o instrumento escolhido para financiar os programas de resgate da economia na UE para o pós-pandemia. Nações mais rigorosas do ponto de vista fiscal, como Áustria e Países Baixos, eram contra a divisão do risco entre todos os Estados-membros, mas acabaram convencidas por um esquema que prevê tanto empréstimos quanto repasses a fundo perdido.
A emissão de títulos no mercado também ajudará a financiar o fundo de recuperação de 750 bilhões de euros criado pela UE.
Assim como no Sure, a Itália será a maior beneficiária, com um total de 208,8 bilhões de euros, sendo 81,4 bilhões em repasses sem necessidade de restituição e 127,4 bilhões em empréstimos.
(ANSA).
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
É a primeira vez na história que a Comissão Europeia, poder Executivo da UE, coloca papéis de dívida no mercado para financiar suas atividades, que até então eram bancadas exclusivamente pelas contribuições dos Estados-membros.
A emissão inclui 10 bilhões de euros em títulos com vencimento em outubro de 2030 e outros 7 bilhões com prazo de pagamento fixado para 2040. Segundo a Comissão Europeia, houve um "forte interesse dos investidores", o que resultou em "preços favoráveis" para os dois papéis.
"Pela primeira vez na história, a Comissão emitiu títulos sociais no mercado para arrecadar dinheiro que ajudará as pessoas a manterem seus trabalhos. Esse passo sem precedentes vai ao encontro da era extraordinária que estamos vivendo", comentou a presidente do Executivo europeu, Ursula von der Leyen.
Os recursos serão usados para financiar o programa "Sure", acrônimo em inglês para "Apoio para mitigar riscos de desemprego em uma emergência".
O dinheiro será distribuído sob a forma de empréstimos com juros subsidiados para 17 Estados-membros, sendo a Itália a maior beneficiária do programa, com 27,4 bilhões de euros. Em seguida, aparecem Espanha (21,3 bilhões de euros), Polônia (11,2 bilhões) e Bélgica (7,8 bilhões).
"Os primeiros países que receberão apoio são Itália, Espanha e Polônia. Eles foram duramente atingidos pela crise, e o dinheiro chegará a eles rapidamente", prometeu Von der Leyen no Twitter.
Até o momento, a Comissão Europeia já se comprometeu a repassar 87,8 bilhões de euros para os 17 países beneficiários, mas o orçamento do programa pode chegar até 100 bilhões de euros.
Motivo de polêmica em Bruxelas, a emissão de dívida foi o instrumento escolhido para financiar os programas de resgate da economia na UE para o pós-pandemia. Nações mais rigorosas do ponto de vista fiscal, como Áustria e Países Baixos, eram contra a divisão do risco entre todos os Estados-membros, mas acabaram convencidas por um esquema que prevê tanto empréstimos quanto repasses a fundo perdido.
A emissão de títulos no mercado também ajudará a financiar o fundo de recuperação de 750 bilhões de euros criado pela UE.
Assim como no Sure, a Itália será a maior beneficiária, com um total de 208,8 bilhões de euros, sendo 81,4 bilhões em repasses sem necessidade de restituição e 127,4 bilhões em empréstimos.
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