Topo

Protesto em Nápoles deixa 2 presos e cidade devastada

24/10/2020 09h32

NAPOLES, 24 OUT (ANSA) - A Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) de Nápoles prendeu pelo menos duas pessoas durante os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes registrados na noite desta sexta-feira (23).   

Segundo as autoridades, a dupla já é conhecida da polícia por crimes relacionados ao tráfico de drogas no distrito de Vasto.   

Os investigadores do Ministério Público abriram um inquérito sobre o ato marcado por conflitos para determinar o que ocorreu perto da sede do governo da Campânia.   

Ontem, centenas de pessoas, com os rostos cobertos por máscaras, se reuniram no Largo San Giovanni Maggiore para protestar contra as novas medidas anti-Covid, incluindo o toque de recolher e um possível lockdown, anunciadas na terceira região mais populosa da Itália cuja capital é Nápoles.   

Durante a mobilização diversos confrontos entre manifestantes e policiais foram registrados. O grupo utilizou bombas de fumaça, fogos de artifício, garrafas de vidro e sinalizadores contra os agentes, que responderam com gás lacrimogêneo.   

Além disso, várias scooters foram usadas pelos cidadãos para impedir e atrasar a intervenção da polícia. Segundo as autoridades, a medida demonstra que a ação pode ter sido premeditada.   

"Esta noite assistimos a verdadeiros comportamentos criminosos em relação à polícia. Nenhuma condição de desconforto, por mais humanamente compreensível que seja, pode de forma alguma justificar a violência", declarou o comissário de Nápoles, Alessandro Giuliano.   

O ato ainda ficou marcado por um protesto contra o governo do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e o governador da Campânia, Vincenzo de Luca, que classificou o caos como "um espetáculo indigno de violência, uma guerra urbana organizada, que nada tem a ver com categorias sociais".   

De Luca explicou que as mesmas medidas aplicadas na região também foram anunciadas em Milão e Roma e não houve violência e vandalismo nas cidades. "Algumas centenas de criminosos sujaram a imagem da cidade".   

O protesto também foi condenado pelos ministros do Interior, Luciana Lamorgese, e das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.   

Lamorgese disse que houve "atentados predeterminados", atos de violência inaceitáveis e condenáveis" e prestou solidariedade e proximidade às forças policiais, militares e locais que foram agredidos e feridos em "episódios reais de guerra urbana".   

Já o chanceler afirmou que "não há desculpas perante a violência" e não dá para "admitir" a confusão registrada na cidade. "Um país civilizado não pode aceitar episódios como os de ontem em Nápoles. Ninguém pode se dar ao luxo de atacar mulheres e homens das nossas forças policiais. Diante da violência, não há desculpas, nada disso é aceitável", escreveu Di Maio em sua conta no Facebook.   

Neste sábado (24), Conte está reunido com seus ministros para debater as novas medidas que devem ser impostas em âmbito nacional e a situação em Nápoles. (ANSA)
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.