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'Não serei último a sofrer ataque', diz Navalny ao Parlamento UE

27/11/2020 11h13

BRUXELAS, 27 NOV (ANSA) - O opositor russo Alexei Navalny participou nesta sexta-feira (27), através de uma chamada de vídeo, da reunião dos deputados do Parlamento Europeu e afirmou que não será o último a sofrer uma tentativa de assassinato na Rússia.   

Em agosto, o advogado foi alvo de um envenenamento por uma substância química do grupo novichock e acusa Moscou de estar por trás da ação. No entanto, o governo de Vladimir Putin nega a acusação e diz que o próprio Navalny criou a situação.   

"Obrigado aos deputados pelo apoio que me deram durante esses acontecimentos recentes. Eu não sou primeiro a sofrer um ataque do tipo e nem serei o último, infelizmente. É importante que os russos saibam que a Europa e o Parlamento Europeu não ficarão em silêncio perante esses acontecimentos", disse Navalny.   

Para o principal opositor de Putin, esse é o momento "de uma nova estratégia para se comunicar com a Rússia" e que é preciso enxergar "uma linha divisória muito clara: de um lado, parte da população russa deve ser tratada de maneira calorosa, e do outro, o Estado russo, que deve ser tratado como um grupo de criminosos que estão com o poder nas mãos".   

Apesar de considerar que as sanções impostas a pessoas do alto escalão de Moscou são uma boa resposta aos russos, Navalny disse que elas não são suficientes porque atingem pessoas "que não vão para outros lugares do mundo e que não são afetadas por elas" dentro do país.   

"Precisamos questionar porque essas pessoas envenenam, matam e fraudam eleições. Eles fazem isso por dinheiro e também a UE deve mirar o dinheiro. O foco das sanções devem ser os velhos oligarcas e os novos, típicos do círculo próximo a Putin", acrescentou.   

Apesar de ter sido atendido de maneira emergencial na cidade de Omsk, na Rússia, após ser envenenado, o advogado foi transferido ainda em coma para Berlim, na Alemanha, cerca de 48 horas após a internação. O opositor permaneceu no hospital Charitè por quase um mês e recebeu alta em 23 de setembro. Desde então, Navalny continua na Alemanha para finalizar sua recuperação. (ANSA).   

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