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Itália proíbe viagens durante Natal e Ano Novo para conter covid-19

Decreto ampliando toque de recolher em toda a Itália deve ser editado hoje; segunda onda tem dado sinais de queda - Yara Nardi/Reuters
Decreto ampliando toque de recolher em toda a Itália deve ser editado hoje; segunda onda tem dado sinais de queda Imagem: Yara Nardi/Reuters

Em Roma (Itália)

03/12/2020 11h46

Apesar da desaceleração da curva de contágio nas últimas semanas, o governo da Itália estendeu as medidas restritivas para conter a pandemia do novo coronavírus no país e evitar um repique dos casos nas festas de fim de ano.

O presidente Sergio Mattarella sancionou na noite ontem um decreto do gabinete do primeiro-ministro Giuseppe Conte que proíbe deslocamentos inter-regionais entre 21 de dezembro de 2020 e 6 de janeiro de 2021.

Apenas três tipos de deslocamentos inter-regionais estão liberados na Itália, desde que sejam comprovados: aqueles realizados por exigências de trabalho, situações de urgência ou motivos de saúde.

Além disso, deslocamentos intermunicipais, inclusive dentro da mesma região, serão proibidos nos dias 25 e 26 de dezembro, período do Natal, e 1º de janeiro, período do Ano Novo.

Toque de recolher

Conte ainda deve editar ainda hoje um decreto estendendo o toque de recolher noturno até 15 de janeiro, englobando o Natal e o Réveillon.

O toque de recolher está em vigor desde 5 de novembro e proíbe as pessoas de saírem de casa entre 22h e 5h do dia seguinte, a não ser por motivos de trabalho ou urgências.

De acordo com o texto do decreto visualizado pela Ansa, o toque de recolher ainda será ampliado até 7h da manhã em 1º de janeiro.

"De qualquer forma, é fortemente recomendado, pelo restante do dia, não se deslocar, com meios de transporte públicos ou privados, salvo por exigências de trabalho, de estudo, por motivos de saúde, por situações de necessidade ou para desenvolver atividades que não foram suspensas", diz o texto da medida.

A extensão do toque de recolher afetará a Missa do Galo, que comemora o nascimento de Jesus Cristo e é tradicionalmente celebrada à meia-noite de 24 a 25 de dezembro. A CEI (Conferência Episcopal Italiana) já garantiu que as missas de Natal respeitarão os horários do toque de recolher.

Zonas de risco

O decreto em preparação pelo governo ainda mantém a escala de risco em três cores em vigor desde o início de novembro (amarelo, laranja e vermelho) e o fechamento de restaurantes e bares após as 18h - nas zonas vermelhas, esses estabelecimentos só podem funcionar por delivery ou para retirada no local.

Shoppings também continuarão fechados nos fins de semana e feriados, e estações de esqui serão reabertas somente em 7 de janeiro, assim como escolas de ensino médio, que ainda terão de manter o ensino a distância em 50% do conteúdo didático. Viagens de navios de cruzeiro serão suspensas de 21 de dezembro a 6 de janeiro.

Atualmente, quatro das 20 regiões italianas são consideradas zonas vermelhas, além da província autônoma de Bolzano: Abruzzo, Campânia, Toscana e Vale de Aosta.

Nessas áreas, as regras vigentes são semelhantes às do lockdown do primeiro semestre, com proibição de sair de casa durante todo o dia, a não ser por motivos de trabalho ou urgência, e comércio não essencial fechado.

Outras nove regiões (Basilicata, Calábria, Emilia-Romagna, Friuli Veneza Giulia, Lombardia, Marcas, Piemonte, Puglia e Úmbria) são áreas laranja, cujas principais diferenças para as zonas vermelhas são a permissão de abertura para o comércio e a possibilidade de sair de casa livremente, mas sem atravessar os limites da própria cidade.

Já Lazio, Ligúria, Molise, Sardenha, Sicília e Vêneto, além da província autônoma de Trento, são áreas amarelas, onde estão em vigor apenas regras de âmbito nacional, como toque de recolher noturno e fechamento de museus e cinemas.

A Itália tem atualmente cerca de 1,64 milhão de casos oficiais do novo coronavírus e 57 mil mortes decorrentes da doença, mas a segunda onda vem dando sinais de desaceleração por conta das medidas restritivas impostas em novembro.