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Secretário-geral da ONU critica países que 'ainda ignoram OMS'

03/12/2020 14h15

NOVA YORK, 3 DEZ (ANSA) - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, criticou nesta quinta-feira (03) os governos que ignoraram e que ainda não seguem as orientações sanitárias dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia do coronavírus Sars-CoV-2. A fala foi feita durante um evento do órgão para debater a crise sanitária.   

"Desde o início da pandemia de coronavírus, a OMS forneceu informações concretas e orientações científicas que deveriam ser a base para uma resposta global coordenada. Infelizmente, essas recomendações não foram seguidas, e alguns países continuam a refutar os fatos e a ignorar a orientação. E quando os Estados vão na sua direção, o vírus vai para qualquer direção", disse Guterres aos presentes.   

O líder da ONU ainda fez uma análise desse quase um ano desde que o primeiro caso foi constatado, ressaltando que "o impacto social e econômico da pandemia do coronavírus é enorme e ainda está crescendo", e pontuou o avanço das pesquisas de desenvolvimento de vacinas candidatas contra a Covid-19.   

"Graças ao duro trabalho e à dedicação de cientistas e pesquisadores em todo o mundo, as vacinas poderão estar disponíveis dentro de semanas ou meses. Mas, não podemos nos iludir. Uma vacina não pode anular os danos que se estenderão nos anos, também nas décadas que estão vindo", pontuou o português, voltando a reafirmar que a vacina contra o novo coronavírus deve ser "um bem público global disponível para todos em todos os lugares".   

Guterres lembrou que, também por conta da crise sanitária, a "pobreza extrema está aumentado, fazendo-nos enfrentar a maior recessão global das últimas oito décadas" e destacou que o "sistema das Nações Unidas está se mobilizando para dar apoio aos países para enfrentarem os devastantes aspectos socioeconômicos, humanitários e de direitos humanos".   

"Pela primeira vez desde 1945, o mundo inteiro enfrenta uma ameaça em comum, independente de nacionalidade, etnia ou fé.   

Mas, enquanto o coronavírus não discrimina, os nossos esforços para prevenir e conter o fazem. Por esse motivo, a pandemia atingiu mais duramente os mais pobres e vulneráveis da nossa sociedade e está tendo um impacto devastador nas pessoas mais velhas, nas mulheres e nas meninas, nas comunidades com baixa renda, nos marginalizados e isolados", acrescentou ainda.   

Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o mundo registra até às 13h desta quinta-feira, 64.694.713 diagnósticos confirmados de Covid-19 e 1.496.247 óbitos relacionados à doença. (ANSA).   

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