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Rei da Suécia admite 'fracasso' de estratégia contra pandemia

17/12/2020 11h31

ROMA, 17 DEZ (ANSA) - O rei da Suécia, Carl XVI Gustaf, reconheceu nesta quinta-feira (17) que a estratégia permissiva do país para conter a pandemia do coronavírus Sars-CoV-2 "fracassou".   

A Suécia foi uma das poucas nações do mundo a não impor quarentena em nenhum momento para reduzir a disseminação do vírus, mas apresenta números piores que os de seus vizinhos na Escandinávia.   

"Acho que fracassamos. Temos um grande número de mortos, e isso é terrível", disse o monarca em uma espécie de retrospectiva feita anualmente pela família real na TV.   

"O povo da Suécia sofreu tremendamente com condições difíceis.   

Pensamos em todos aqueles que não puderam dar adeus a familiares mortos. Acho que é uma experiência dura e traumática não poder dar um caloroso adeus", acrescentou Carl XVI.   

A Suécia tem 348.585 casos do novo coronavírus, segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, e 7.802 mortes, mais do que a soma de seus três vizinhos de Escandinávia: Dinamarca (120.332 casos e 975 óbitos), Noruega (42.312 casos e 402 óbitos) e Finlândia (32.228 casos e 484 óbitos).   

Com população de 10 milhões de pessoas, a Suécia também tem índices relativos piores que os de seus vizinhos: 3.423 contágios e 77 mortes para cada 100 mil habitantes. O país que mais se aproxima é a Dinamarca, com 2.076 casos e 17 óbitos para cada 100 mil habitantes.   

Outro objetivo do governo sueco com uma postura mais permissiva era proteger sua economia, que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), deve cair 4,7% em 2020. A projeção é pior que as de Dinamarca (-4,5%), Finlândia (-4,0%) e Noruega (-2,8%), países que adotaram regras mais duras para combater a pandemia.   

Além de não ter decretado lockdown, o governo sueco não tornou obrigatório o uso de máscaras e manteve lojas e restaurantes sempre abertos, confiando na responsabilidade dos próprios cidadãos.   

Em novembro passado, com a escalada dos casos no país, o primeiro-ministro Stefan Lofven proibiu aglomerações de mais de oito pessoas em espaços públicos, mas isso ainda não foi suficiente para controlar a pandemia. (ANSA).   

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