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Regiões da Itália desafiam governo e mantêm escolas fechadas

04/01/2021 15h09

ROMA, 4 JAN (ANSA) - A retomada das aulas em escolas de ensino fundamental e médio a partir do próximo dia 7 de janeiro na Itália tem provocado polêmica nesta segunda-feira (4) entre o governo nacional e os governadores das regiões do país.   

A data de retorno foi debatida pela administração do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, durante reunião neste domingo (3) e mantida para quinta-feira. No entanto, algumas regiões, como o Vêneto e Friuli-Veneza Giulia, já anunciaram que as escolas permanecerão fechadas até 31 de janeiro.   

"Não nos parece prudente reabrir as escolas em situação epidemiológica na Itália. É o que devemos fazer hoje pelo bem da comunidade", afirmou Luca Zaia, governador do Vêneto. O Lazio, por sua vez, expressa preocupação com a reabertura nesta semana. "Com esses dados crescentes, apelo ao governo para pense bem na reabertura dos colégios no dia 7 de janeiro. Eles devem permanecer fechados em toda a Itália", disse ao "Il Messaggero" Alessio D'Amato , conselheiro da região.   

Já na Puglia será realizada amanhã(5) uma reunião com os representantes do setor educacional porque o governador Michele Emiliano "pretende continuar a dar a possibilidade aos alunos das escolas de todos os níveis (fundamental e médio), e suas famílias, de optarem pelo ensino à distância".   

"Em tempos de pandemia, acredita-se que as famílias devem poder decidir não se expor aos riscos decorrentes da escolaridade obrigatória, riscos que existem na sala de aula como em qualquer outro local da comunidade", alertou Emiliano.   

O governo nacional havia chegado a um acordo com as administrações regionais, provinciais e municipais para o retorno das aulas, mas ainda com uma redução de 50% no contingente de estudantes, no último dia 23 de dezembro.   

Os colégios chamados "superiores" estão realizando aulas 100% a distância desde o início de novembro, por conta da propagação do novo coronavírus Sars-CoV-2. Ontem, sindicatos do setor já haviam contestado a decisão do governo de reabrir as instituições.   

Por outro lado, os expoentes do Movimento 5 Estrelas (M5S) na comissão de Educação no Senado criticaram a atitude dos governos regionais. "Continuar a procrastinar a data de reabertura das escolas, adiar a volta dos nossos alunos, como muitos governadores regionais estão fazendo, depois de acordos muito específicos sobre o rastreamento feito em dezembro, não é mais aceitável", disseram.   

Segundo o partido que faz parte da base do governo, "os dados do Instituto Superior de Saúde dizem que frequentar ambientes escolares não representa um amplificador de infecções, e que se você seguir regras rígidas como a comunidade escolar vem fazendo há meses, a reabertura não só é possível, mas é obediente".   

Entretanto, as regiões do Vale de Aosta e Toscana já informaram que retomarão as aulas no dia 7 de janeiro, enquanto que a Campânia receberá os alunos do jardim de infância e do ensino fundamental nas instituições a partir de 11 de janeiro. (ANSA)
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