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Prefeita italiana é presa por dar cestas básicas a ricos

15/01/2021 14h54

VERCELLI, 15 JAN (ANSA) - A prefeita da cidade italiana de San Germano Vercellese, Michela Rosetta, e outras sete pessoas foram presas, em regime domiciliar, nesta sexta-feira (15) após uma investigação revelar que as cestas básicas dadas pelo governo nacional para ajudar famílias foram dadas a pessoas que não precisavam do benefício.   

A política, que pertence ao partido de extrema-direita Liga, e o conselheiro da Prefeitura, Giorgio Carando, são acusados de serem os responsáveis pelo crime, já que eram os dois quem gerenciavam os valores usados para montar as cestas durante a emergência de Covid-19.   

Entre os outros seis acusados, estão dois empresários, e todos responderão pelos crimes de peculato e falsidade material e ideológica. A prefeita e o assessor ainda são acusados de abuso de ofício em diversos assuntos.   

Segundo a investigação da Procuradoria da província de Vercelli, a ajuda alimentar deveria ser destinada às famílias pobres, bem como a idosos não autossuficientes, núcleos familiares de baixa renda ou com filhos menores de idade ou com deficiência, ou ainda estrangeiros em dificuldades. No entanto, ela foi dada também a famílias com renda mensal de mais de 7 mil euros (cerca de R$ 44,5 mil).   

Os investigadores interceptaram diversas conversas entre os acusados e, especialmente, entre Rosetta e Carando, em que eles falavam em dar as cestas básicas para "filhos e enteados" e que esses últimos mereciam "uma cesta para desafortunados", ou seja, a ajuda era feita de acordo com quem ia receber. Enquanto os mais ricos recebiam produtos melhores, os que realmente precisavam de ajuda recebiam menos itens.   

Além da distribuição errada, o procurador David Pretti contesta que o dinheiro usado para a compra de cestas básicas incluía itens completamente fora do padrão, como ostras e vieiras.   

Também está sendo investigado que a prefeita negou uma das cestas básicas a uma mulher porque ela era muçulmana e havia pedido que a cesta dela não tivesse itens que ela não consome por motivos religiosos. Conforme a investigação, os documentos da mulher na prefeitura foram rasgados e ela não recebeu mais nenhuma ajuda alimentar desde então.   

A pequena San Germano Vercellese tem menos de dois mil habitantes e está localizada na região de Piemonte. (ANSA).   

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