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Impacto do lockdown na qualidade do ar foi menor do que previsto

18/01/2021 13h12

ROMA, 18 JAN (ANSA) - O lockdown imposto em 11 grandes cidades do mundo por conta da Covid-19 teve um impacto menor do que o previsto na qualidade do ar, informou um estudo publicado na revista "Science Advances" da Universidade de Birmingham na última semana.   

A pesquisa analisou o impacto e as mudanças na concentração de dióxido de nitrogênio, de ozônio e de partículas finas no ar em 11 grandes cidades: Pequim e Wuhan (China), Milão e Roma (Itália), Madri (Espanha), Londres (Reino Unido), Paris (França), Berlim (Alemanha), Nova York e Los Angeles (Estados Unidos) e Nova Déli (Índia).   

Segundo o relatório, as reduções do dióxido de nitrogênio diminuíram menos do que o previsto e a concentração de ozônio nas cidades aumentou. Enquanto o primeiro é produzido pelo tráfego de veículos e provoca problemas respiratórios, o segundo é danoso para a saúde e também para plantações.   

Já as concentrações das partículas finas (PM 2.5), que podem piorar quadros de asma e doenças cardíacas, caíram em todas as cidades pesquisadas com exceção de Paris e Londres.   

"As mudanças nas emissões no ar, associadas ao primeiro lockdown, levaram a uma repentina modificação nos níveis de poluição, mas o impacto sobre a qualidade do ar foi menor do que esperávamos", disse um dos coautores do estudo, Roy Harrison.   

O especialista pontuou que, se as restrições de circulação tivessem sido mantidas por mais tempo, "as concentrações anuais de dióxido de nitrogênio teriam permanecido em linha com os valores indicados pela Organização Mundial da Saúde". Mas, como houve também alta no ozônio, isso "impediu os efeitos benéficos da redução" do NO2.   

Outro autor do estudo, Zongbo Shi, disse que "a redução rápida e sem precedentes da atividade econômica proporcionou uma oportunidade única para estudar o impacto das intervenções na qualidade do ar".   

"As mudanças nas emissões associadas às restrições iniciais do lockdown levaram a mudanças abruptas nos níveis de poluentes do ar, mas seus impactos na qualidade do ar foram mais complexos do que pensávamos e menores do que esperávamos", acrescentou.   

Ainda conforme o estudo, foram usados equipamentos que conseguiram retirar as sazonalidades dos dados entre dezembro de 2015 e maio de 2020 para conseguir chegar à conclusão. (ANSA).   

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