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Itália tomará medidas legais por atrasos na entrega de vacinas

23/01/2021 15h15

ROMA, 23 JAN (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou neste sábado (23) que utilizará "todas as ferramentas e iniciativas legais" para garantir o cumprimento dos contratos com as empresas fornecedoras de vacina anti-Covid.   

Em uma publicação no Facebook, o premiê ressaltou que os atrasos na distribuição dos imunizantes da Pfizer/Biontech e, possivelmente da AstraZeneca, à Itália representam sérias violações dos acordos contratuais.   

Além disso, ele afirmou que a falta de vacinas está causando "enormes prejuízos para a Itália e outros países europeus, com repercussões diretas na vida e na saúde dos cidadãos".   

"Tudo isso é inaceitável", afirmou Conte, acrescentando "que as regiões italianas foram obrigadas a desacelerar as novas administrações para garantir o recall para pessoas já vacinadas".   

Se for confirmada a redução de 60% das doses da vacina Oxford/AstraZeneca que serão distribuídas no primeiro trimestre, a Itália receberá 3,4 milhões de ampolas em vez de 8 milhões.   

O imunizante ainda precisa ser liberado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), o que deve ocorrer até 29 de janeiro, mas dirigentes da empresa na Itália informaram ao ministro da Saúde, Roberto Speranza, e ao comissário italiano para a pandemia, Domenico Arcuri, uma redução da capacidade de produção.   

Segundo o premiê italiano, o plano de vacinação, aprovado pelo Parlamento Italiano e também ratificado na Conferência Estado-Regiões, foi desenvolvido com base em compromissos contratuais livremente assumidos e assinados pelas empresas farmacêuticas com a Comissão Europeia.   

"Usaremos todas as ferramentas e iniciativas legais, como já estamos fazendo com a Pfizer-Biontech, para reivindicar o cumprimento dos compromissos contratuais e para proteger nossa comunidade nacional em todas as formas", enfatizou Conte.   

Plano de Vacinação - A Itália teve de reduzir em mais de dois terços o uso diário das doses anti-Covid e terá que repensar todo o seu programa de vacinação se os problemas de abastecimento persistirem.   

A declaração foi feita pelo presidente do Conselho Superior da Saúde da Itália, Franco Locatelli, durante coletiva de imprensa.   

De acordo com os dados, a Itália está vacinando entre 20 mil e 25 mil pessoas por dia depois de um pico de 90 mil há cerca de duas semanas.   

Com o alerta feito pela AstraZeneca sobre os cortes nas entregas de suas doses, o governo italiano pode ter que redesenhar seu plano nacional no final do mês. (ANSA)
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