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Protestos contra lockdown no Líbano deixam 2 mortos e mais de 300 feridos

Em Trípoli, manifestantes empurram um contêiner de lixo durante protesto contra o lockdown no Líbano - Omar Ibrahim/Reuters
Em Trípoli, manifestantes empurram um contêiner de lixo durante protesto contra o lockdown no Líbano Imagem: Omar Ibrahim/Reuters

29/01/2021 10h00

TRÍPOLI, 29 JAN (ANSA) - Ao menos duas pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em confrontos entre policiais e manifestantes antigoverno em Trípoli, no norte do Líbano, no quarto dia consecutivo de protestos no país.

Durante a última mobilização, a sede do conselho municipal foi incendiada pela multidão, que está cada vez mais revoltada com o novo lockdown imposto pelo governo para tentar controlar o avanço da covid-19.

As imagens divulgadas nas redes sociais e transmitidas pela emissora de televisão local mostram o edifício envolto em chamas, além da presença de diversos jovens manifestantes.

O prefeito de Trípoli, Riad Yamaq, afirmou que nenhum funcionário ou autoridade do município estava dentro do prédio durante o incêndio.

"É um ato covarde, que vai contra os princípios da mobilização antigovernamental", disse Yamaq para jornalistas no meio da noite, após ficar sabendo do caso.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, exigiu hoje que os "bandidos" responsáveis pelos ataques em Trípoli sejam presos e levados à Justiça.

"Condenar o ataque não é suficiente para compensar o custo pago por Trípoli, uma cidade usada por certas partes para enviar mensagens políticas explosivas. Devemos agora prender esses bandidos para que sejam responsabilizados pelo que cometeram", declarou Diab.

O Líbano está dominado por uma grave crise econômica que começou bem antes da chegada da pandemia do novo coronavírus. No entanto, os esforços para barrar o avanço da doença agravaram a situação. Mais da metade da população da nação está vivendo abaixo da linha da pobreza.

A violência dos protestos, que tem sido quase ininterrupta desde a noite de segunda-feira (25), matou pelo menos dois manifestantes e feriu mais de 300 indivíduos, incluindo cerca de 30 militares e policiais.

A ONG Anistia Internacional e organizações humanitárias locais já alertaram supostas violações cometidas contra os manifestantes pela polícia.