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EUA devem culpar príncipe de envolvimento na morte de Khashoggi

25/02/2021 08h22

NOVA YORK, 25 FEV (ANSA) - Os Estados Unidos devem revelar em breve seu relatório sobre a investigação do assassinato do jornalista saudita Jamal Kashoggi, ocorrida em 2018, e mostrar que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman aprovou a execução do repórter, revelaram diversos veículos da mídia norte-americana nesta quarta-feira (24).   

O documento secreto aponta que os dois aviões usados pelos assassinos para ir da Arábia Saudita para Istambul, na Turquia, onde ocorreu o crime, pertenciam a uma companhia aérea de bin Salman chamada de Sky Prime Aviation. A empresa foi adquirida pelo príncipe no fim de 2017.   

"Com base nas orientações de Sua Alteza, o príncipe aprovou imediatamente o cumprimento dos procedimentos necessários sobre isso [o assassinato]", escreveu um ministro saudita nos documentos usados em um processo no Canadá.   

Na causa, um grupo de empresas estatais sauditas abriram uma ação por apropriação indébita contra o ex-diretor da Inteligência saudita Saad Aljabri, que atualmente mora no país da América do Norte. Com isso, foi possível ligar a companhia aérea ao príncipe.   

A revelação deve ocorrer após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversar com o rei saudita, Salman bin Abdulaziz al Saud, o que deve acontecer ainda nesta quinta-feira (25). O chefe da Casa Branca não se manifestou sobre o assunto, mas confirmou aos jornalistas que "leu o relatório".   

Segundo a mídia do país, tornar público o documento é uma forma de mudar a postura de Washington em relação aos aliados sauditas, já que por muitos anos os norte-americanos fizeram "vista grossa" aos crimes e às violações dos direitos humanos cometidas por Riad.   

A ideia é, assim como ocorre com outros países, retornar às conversas para canais tradicionais de organismos internacionais e não manter uma relação apenas bilateral como ocorria na Presidência anterior.   

Khashoggi, 59 anos, era um jornalista crítico à realeza saudita e no dia 2 de outubro de 2018 foi chamado para uma reunião no consulado do país em Istambul. Foi a última vez que foi visto com vida. Segundo investigações, o corpo do repórter foi desmembrado, mas os restos mortais dele nunca foram encontrados.   

(ANSA).   

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