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Meghan diz que realeza se preocupou com cor da pele de filho

08/03/2021 08h43

WASHINGTON, 8 MAR (ANSA) - Em entrevista para a apresentadora Oprah Winfrey, veiculada pela emissora norte-americana "CBS", a duquesa de Sussex, Meghan Markle, e o príncipe Harry fizeram revelações sobre as conturbadas relações familiares com a realeza e disseram que havia "preocupação" sobre a cor da pele do filho do casal, Archie, antes do nascimento.   

Segundo Meghan, isso ficou claro nos últimos momentos da gravidez, quando ela foi informada que Archie não receberia proteção por não receber o título de príncipe.   

"Nos meses que estava grávida, as conversas eram 'não será garantida a segurança', 'não terá o título', e também preocupações e conversas sobre quanto seria escura a sua pele quando ele nascido. Eles quiseram mudar a convenção para Archie.   

Por quê?", disse acrescentando que as conversas não eram diretamente com ela, mas sim com Harry.   

Por sua vez, o príncipe ressaltou que ficou "chocado" com o tipo de conversa.   

"Eu passei muitos anos fazendo o trabalho e aprendendo tudo por conta própria. Na minha educação e no sistema que fui criado e a que fui exposto, eu não estava ciente disso. Mas, meu Deus, não demorou muito para, rapidamente, tomar consciência disso", ressaltou ao perceber o racismo, mas dizendo que "nunca irá compartilhar" a conversa que teve e nem com quem foi falado.   

Ao citar que seu caso tinha semelhanças com o processo que sua mãe, a princesa Diana, sofreu ao se separar de seu pai, o príncipe Charles, Harry ressaltou que não havia "o elemento raça" na questão.   

"Para a família, eles têm muito a mentalidade de que é assim que as coisas são, que você não pode mudar isso e que todos nós já passamos por isso. Mas, para mim, havia o elemento raça e não era apenas sobre ela [Meghan], era sobre o que ela representa.   

Então, não estava só afetando a minha esposa, mas muitas outras pessoas também", acrescentou.   

Meghan afirmou que era "ingênua" sobre a família real britânica antes de se casar com Harry em 2018 e que foi criada "sabendo pouco" sobre a realeza. Mas, que assim que entrou, percebeu que não tinha mais a sua liberdade entregando seu "passaporte, carteira de motorista e minhas chaves", e que tinha que seguir as convenções.   

A situação toda acabou fazendo com que a duquesa "não quisesse mais viver".   

"Eu fui para a instituição [família real] e sei que eu precisava ir para algum lugar para ter ajuda, disse que nunca tinha me sentido assim e que precisava ir para algum lugar. E me disseram que eu não podia, que aquilo não seria bom para a instituição", ressaltou falando que "nada nunca foi feito" nesse sentido.   

Questionado sobre o fato, Harry afirmou que "não sabia o que fazer, mas queria estar lá por ela". "Acho que tive vergonha de admitir isso para eles, mas não sei se eles tiveram os mesmos sentimentos ou pensamentos que eu", pontuou.   

O príncipe também confirmou que seu pai parou de atender seus telefonemas durante o processo de decisão de deixar a família real, em março do ano passado, e que ele conversou com a rainha Elizabeth II antes de sair. Sobre o irmão, William, ele comentou que a relação dos dois é boa, mas que estão "em pontos diferentes".   

No entanto, ambos fizeram questão de ressaltar que a relação com a soberana sempre foi boa e Meghan destacou que ela sempre fez com que ela se sentisse "bem-vinda". "Há a instituição família real e há as pessoas que gerem a instituição, são duas coisas separadas e é importante saber dividi-las porque a rainha, por exemplo, sempre foi maravilhosa comigo", acrescentou.   

Em outro momento, o príncipe informou que os financiamentos da família real foram cortados logo "no primeiro trimestre" de 2020, ou seja, após o anúncio de que deixariam suas funções na realeza, e que ele usa "o dinheiro que minha mãe deixou para mim e que, sem ele, eu não conseguiria ter feito isso".   

Segundo o príncipe, os contratos recentemente assinados por Meghan com a Netflix e o Spotify não estavam nos planos, mas eles "precisavam garantir a segurança" da família.   

Meghan também desmentiu um boato que circulou fortemente entre os tabloides britânicos há alguns anos de que teria feito sua cunhada, Kate Middleton, chorar durante as preparações do casamento.   

"Poucos dias antes do casamento, ela [Kate] estava chateada com os vestidos floridos das meninas e me fez chorar. Eu não estou compartilhando isso para atacar ela, ela é uma boa pessoa e pediu desculpas depois", disse ressaltando que estava falando sobre o tema porque esse foi o início de uma série de ataques da imprensa nacional contra ela. Segundo Meghan, a "instituição" família real sabia que aquilo era mentira, mas ficou alimentando as acusações.   

Os dois ainda revelaram que se casaram três dias antes da data oficial do casamento porque queriam uma "celebração privada" - e que o casamento era um "show" para o mundo - e que o segundo filho do casal será uma menina.   

Ao fim da entrevista, Oprah questionou Meghan como ela se sentia com o seu "felizes para sempre" com Harry. "É muito melhor do que qualquer conto de fadas que você já leu", afirmou a duquesa.   

(ANSA).   

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