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Negociações sobre acordo nuclear do Irã são retomadas em Viena

15/04/2021 12h03

ISTAMBUL, 15 ABR (ANSA) - Recomeçaram nesta quinta-feira (15), em Viena, as negociações para tentar salvar o acordo nuclear, chamado de JCPOA, firmado entre o Irã e o então grupo 5 + 1 (França, Reino Unido, Rússia, China e Estados Unidos - mais a Alemanha) em 2015.   

Do encontro, participam representantes de todos os países signatários com exceção dos norte-americanos, já que o ex-presidente Donald Trump retirou a nação do pacto. Porém, como há interesse da administração de Joe Biden de retornar, representantes do país acompanham os debates em uma "mesa paralela".   

Nas discussões, Teerã cobra a completa remoção das sanções unilaterais impostas por Trump, enquanto Washington afirma que não pode voltar ao pacto se os iranianos não cumprirem o que foi assinado em 2015.   

A situação ficou ainda mais tensa porque Teerã anunciou, nesta quarta-feira (14), um novo aumento no enriquecimento de urânio para 60% - muito acima do permitido pelo acordo, que libera o enriquecimento a 3,67% e muito próximo do que é necessário para produzir uma arma nuclear (90%). A decisão ocorreu por conta de um recente ataque que deixou a usina nuclear de Natanz sem energia elétrica. O governo acusou Israel de estar por trás da sabotagem.   

"O anúncio do Irã sobre o enriquecimento de urânio em 60% é extremamente preocupante do ponto de vista da não proliferação nuclear e é contra o espírito das reuniões que estão sendo desenvolvidas em Viena - e não tem nenhuma justificativa civil que seja crível ou plausível", disse Peter Stano, porta-voz do alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, aos jornalistas durante uma pausa das conversas.   

Stano ainda confirmou que está sendo debatido "a perspectiva de um eventual retorno dos EUA ao acordo nuclear e sobre como implementar plenamente o acordo".   

Sobre as críticas europeias e norte-americanas, Rohani afirmou que são um "erro" porque seu país vai manter o programa "pacífico". "Se quiséssemos, poderíamos enriquecer o urânio a 90% hoje ainda. Mas, nós não queremos uma bomba nuclear. Se as outras partes retornarem às obrigações previstas, o nosso enriquecimento não será superior aos 3,67%", destacou ainda.   

O Irã ainda faz pressão para que uma solução seja dada até o dia 18 de junho, quando o país vai às urnas novamente e o atual presidente, Hassan Rohani, não poderá concorrer a uma nova reeleição. (ANSA).   

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