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Barcos de pesca italianos são alvejados na costa da Líbia

06/05/2021 13h34

PALERMO, 6 MAI (ANSA) - Ao menos três barcos de pesca italianos foram atingidos por tiros que partiram de um navio-patrulha da Guarda Costeira da Líbia, chamado de Libeccio, enquanto navegavam próximos à costa de Al Khums nesta quinta-feira (6).   

Até o momento, sabe-se que o comandante de uma das embarcações, Giuseppe Giacalone, foi ferido na ação, segundo informou à ANSA o filho dele, Alessandro. Ele ainda não soube precisar a situação de saúde do pai.   

O socorro aos feridos foi feito, inclusive após autorização do governo líbio, pelo próprio Libeccio.   

Após a divulgação da notícia pela mídia italiana, a Marinha do país - que controla a Guarda Costeira - disse que os barcos não foram alvos de tiro, mas apenas foram dados "tiros de advertência" para parar as embarcações que estavam em águas territoriais líbias.   

"Não foram tiros contra os barcos, só de advertência no ar", disse Masoud Ibrahim Abdelsamad, porta-voz da Marinha, por telefone à ANSA. No entanto, o representante não soube dar mais detalhes da operação, apenas que eles estavam em uma área definida "de alto risco".   

Conforme fontes do governo italiano, o ministro da Defesa, Lorenzo Guerini, está sendo "constantemente" atualizado sobre o caso.   

A Guarda Costeira da Líbia foi criada em 2017 e recebeu treinamento e financiamento da própria Itália, atuando na redução do fluxo de migrantes que faziam a travessia entre os dois países pelo Mar Mediterrâneo. Recentemente, o premiê Mario Draghi chegou a elogiar o trabalho do órgão.   

No entanto, diversas ONGs e agências humanitárias acusam a Guarda Costeira de ser controlada por milícias locais e de violar repetidamente os direitos humanos de migrantes e refugiados - o próprio governo da Itália e a ONU reconheceram que o país não é um "porto seguro" para os deslocados. (ANSA).   

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