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Cardeal Becciu nega crimes financeiros em julgamento no Vaticano
VATICANO, 27 JUL (ANSA) - O cardeal italiano Angelo Becciu, antigo alto funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, defendeu nesta terça-feira (27) a sua "inocência" e negou as acusações de peculato e abuso de poder após a primeira audiência sobre o escândalo financeiro envolvendo a compra de um edifício em Londres.
"Estou calmo e sereno. Estou confiante de que os juízes verão os fatos com clareza e a minha grande esperança é que reconheçam a minha inocência", disse o cardeal, citado pelo seu advogado, Fábio Viglione, após a audiência do histórico julgamento.
O Tribunal da Santa Sé iniciou o julgamento do cardeal italiano e outras nove pessoas por supostos crimes financeiros, incluindo peculato, lavagem de dinheiro, fraude, extorsão e abuso de poder, na aquisição de um edifício em Londres, que provocou um rombo de 350 milhões de euros nas contas do Vaticano.
A suspeita é de que o dinheiro usado para a negociação tenha vindo do Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação de doações à Igreja. Becciu, no entanto, sempre negou as acusações e alega que o prédio foi comprado com recursos de um fundo da Secretaria de Estado.
A primeira audiência do chamado "julgamento do século" do Vaticano foi dedicada às questões processuais e de constituição das partes, incluindo a da Secretaria de Estado como parte civil, e foi realizada em uma grande sala de reuniões pertencente aos Museus do Vaticano, em vez da sala de tribunal usual.
No entanto, após o acolhimento de algumas objeções feitas pela defesa do religioso depois de sete horas, o tribunal, presidido por Giuseppe Pignatone, adiou a sessão para o próximo dia 5 de outubro.
Em um documento de 500 páginas, apoiado por mais de 20 mil páginas de anexos, a promotoria alega que a compra do edifício foi planejada por uma rede de financistas italianos ligados à Secretaria de Estado, incluindo Becciu, com o objetivo de extorquir altas taxas nas transações.
Becciu é o primeiro cardeal a ser acusado e julgado pela Justiça do Vaticano, junto com "membros eclesiásticos e leigos da Secretaria de Estado e altos funcionários da então autoridade de inteligência financeira do Vaticano, bem como personalidades externas".
Segundo Viglione, o italiano confirma, com dor mas com firmeza, que deu autorização para denunciar o monsenhor Alberto Pelasca e Francesca Immacolata Chaouqui por calúnia e pelas graves declarações falsas dadas durante as investigações ao promotor de Justiça.
O caso ocorreu na época em que o cardeal era o "número 2" da Secretaria de Estado (2011-2018), cargo que tem como prerrogativa a gestão dos recursos do Óbolo de São Pedro. O escândalo fez Becciu renunciar ao cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e aos direitos do cardinalato. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"Estou calmo e sereno. Estou confiante de que os juízes verão os fatos com clareza e a minha grande esperança é que reconheçam a minha inocência", disse o cardeal, citado pelo seu advogado, Fábio Viglione, após a audiência do histórico julgamento.
O Tribunal da Santa Sé iniciou o julgamento do cardeal italiano e outras nove pessoas por supostos crimes financeiros, incluindo peculato, lavagem de dinheiro, fraude, extorsão e abuso de poder, na aquisição de um edifício em Londres, que provocou um rombo de 350 milhões de euros nas contas do Vaticano.
A suspeita é de que o dinheiro usado para a negociação tenha vindo do Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação de doações à Igreja. Becciu, no entanto, sempre negou as acusações e alega que o prédio foi comprado com recursos de um fundo da Secretaria de Estado.
A primeira audiência do chamado "julgamento do século" do Vaticano foi dedicada às questões processuais e de constituição das partes, incluindo a da Secretaria de Estado como parte civil, e foi realizada em uma grande sala de reuniões pertencente aos Museus do Vaticano, em vez da sala de tribunal usual.
No entanto, após o acolhimento de algumas objeções feitas pela defesa do religioso depois de sete horas, o tribunal, presidido por Giuseppe Pignatone, adiou a sessão para o próximo dia 5 de outubro.
Em um documento de 500 páginas, apoiado por mais de 20 mil páginas de anexos, a promotoria alega que a compra do edifício foi planejada por uma rede de financistas italianos ligados à Secretaria de Estado, incluindo Becciu, com o objetivo de extorquir altas taxas nas transações.
Becciu é o primeiro cardeal a ser acusado e julgado pela Justiça do Vaticano, junto com "membros eclesiásticos e leigos da Secretaria de Estado e altos funcionários da então autoridade de inteligência financeira do Vaticano, bem como personalidades externas".
Segundo Viglione, o italiano confirma, com dor mas com firmeza, que deu autorização para denunciar o monsenhor Alberto Pelasca e Francesca Immacolata Chaouqui por calúnia e pelas graves declarações falsas dadas durante as investigações ao promotor de Justiça.
O caso ocorreu na época em que o cardeal era o "número 2" da Secretaria de Estado (2011-2018), cargo que tem como prerrogativa a gestão dos recursos do Óbolo de São Pedro. O escândalo fez Becciu renunciar ao cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e aos direitos do cardinalato. (ANSA)
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