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Buraco na camada de ozônio supera tamanho da Antártica, dizem especialistas

O buraco da camada de ozônio na atmosfera da Antártica, no dia 27 de setembro de 2020 - Imagem: UE Copernicus
O buraco da camada de ozônio na atmosfera da Antártica, no dia 27 de setembro de 2020 Imagem: Imagem: UE Copernicus

Da Ansa

16/09/2021 19h54Atualizada em 16/09/2021 20h02

O buraco na camada de ozônio este ano atingiu uma extensão maior que a da Antártica, uma das maiores e mais profundas dos últimos anos, informaram hoje especialistas.

Segundo observações do satélite Sentinel 5P, uma das sentinelas terrestres do programa Copernicus administrado pela Agência Espacial Europeia (ESA), o buraco aumentou de tamanho nas últimas duas semanas e agora já é maior do que 75% dos buracos identificados desde 1979.

A Antártica, por exemplo, tem cerca de 14 milhões de quilômetros quadrados. Os dados foram coletados como parte do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (Cams) e são divulgados por ocasião do Dia Internacional da Preservação da Camada de Ozônio, que é comemorado hoje.

O buraco na camada de ozônio se forma todos os anos durante a primavera do Hemisfério Sul, entre agosto e outubro, e atinge seu máximo entre meados de setembro e meados de outubro. Neste ano, em especial, após uma condição inicial bastante normal, ele aumentou dramaticamente.

"Embora semelhante ao de 2020, este ano o buraco na camada de ozônio se tornou um dos mais longos já registrados", observa Vincent-Henri Peuch, diretor do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus.

Para Antje Inness, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, "o monitoramento do buraco de ozônio no Polo Sul deve ser interpretado com cautela, uma vez que tamanho, duração e concentrações são influenciados pelos ventos locais.

Entretanto, esperamos que se feche até 2050".

Com o final da temporada de primavera do hemisfério sul, à medida que as temperaturas na alta estratosfera começam a subir, a redução da camada de ozônio diminui, o vórtice polar enfraquece e eventualmente se desintegra, levando os níveis de ozônio ao normal em dezembro.

De acordo com cientistas, o desgaste dessa importante camada é causado, entre outras causas, por gases CFCs (clorofluorcarbonos), desenvolvidos na década de 1930, para a estrutura de geladeiras e aparelhos de ar-condicionado, sendo aplicados também em sprays, aerossóis e solventes.