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Chanceler da Áustria renuncia após escândalo de corrupção

09/10/2021 17h49

BOLZANO, 9 OUT (ANSA) - O chanceler austríaco Sebastian Kurz anunciou, neste sábado (9), sua renúncia, em meio à crescente pressão sobre seu envolvimento em um escândalo de corrupção.   

Em comunicado televisivo, Kurz informou que propôs ao presidente Alexander Van der Bellen aceitar o ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, como seu sucessor.   

"Seria irresponsável deixar nosso país no caos e no impasse, também seria irresponsável experimentar uma coalizão de quatro partidos", disse ele, chamando as denúncias de "falsas".   

O chanceler lembrou ainda que coloca "o interesse do país antes dos seus" e que quer garantir a estabilidade da Áustria neste momento. Kurz, no entanto, permanecerá como líder do Partido Popular OVP e como seu principal parlamentar.   

"As alegações são falsas e vou provar", enfatizou.   

Na semana passada, Kurz foi alvo de uma investigação por suspeita de suborno e abuso de autoridade, depois de ser acusado de ter usado verba do governo para garantir uma cobertura midiática em seu favor. Além dele, outros nove suspeitos, assim como três organizações, estão entre os investigados de "peculato, extorsão e corrupção".   

O inquérito diz respeito às pesquisas de opinião publicadas pelo jornal sensacionalista "Oesterreich" e pela TV privada "oe24", ambos de propriedade da família Fellner, que teriam sido parcialmente manipuladas e custeadas pelo Ministério das Finanças.   

"Pelo menos entre 2016 e 2018, os recursos públicos do Ministério da Fazenda teriam sido destinados exclusivamente para fins partidários", segundo os investigadores.   

Supostos pagamentos teriam sido feitos a um jornal em troca da cobertura jornalística favorável a Kurz, que na época era ministro das Relações Exteriores. As autoridades vão apurar a quantia de 1,3 milhão de euros em anúncios de mídia. Kurz, por sua vez, nega as acusações.   

Por causa do escândalo, Os Verdes austríacos, parceiro minoritário da OVP no governo, questionaram a capacidade de Kurz de continuar sua ação como chanceler após as denúncias. (ANSA)
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