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Foto premiada na Itália retrata cicatrizes da guerra na Síria

24/10/2021 13h53

ROMA, 24 OUT (ANSA) - Uma fotografia que retrata as cicatrizes deixadas pela guerra civil na Síria foi premiada em um concurso internacional em Siena, na Itália.   


Chamada "Hardship of Life" ("Dureza da Vida", em tradução livre), a imagem é de autoria do fotógrafo turco Mehmet Aslan e, além de retratar os efeitos de um conflito que parece sem fim, também dá vazão à esperança nos sorrisos de um pai e seu filho, ambos afetados pela guerra.   


A foto mostra um homem, Munzir al-Nazzal, que teve a perna direita amputada por causa de uma bomba; apoiado em uma muleta, ele segura nos braços o pequeno Mustafa, de cinco anos de idade.   


O menino nasceu sem as pernas e os braços pelo fato de sua mãe ter sido obrigada a tomar remédios agressivos devido a um ataque com gás tóxico na região de Idlib.   


Apesar das dificuldades, o menino aparece sorridente nas mãos do pai, que o olha com ternura. O registro foi premiado como foto do ano pelo Siena International Photo Awards 2021, um dos mais importantes concursos italianos de fotografia.   


A família de Mustafa fugiu da Síria há três anos e hoje vive no sul da Turquia, onde a foto foi tirada. Devido às malformações, o menino precisa de tratamento contínuo e próteses especiais, mas não encontrou nada disso na Turquia.   


"Juro, rodei por todos os hospitais, vilarejos, mas não obtive nada", contou Munzir ao jornal The Washington Post. "Tentamos nos fazer ouvir durante anos para ajudar meu filho, faremos de tudo para dar a ele uma vida melhor", acrescentou a mãe de Mustafa, Zeinab.   


Em entrevista à ANSA, o porta-voz do Unicef na Itália, Andrea Iacomini, disse que é "doloroso comentar mais uma vez uma foto sobre uma tragédia que ainda não acabou". "Essa foto está rodando o mundo, mas esperamos não nos encontrar diante da enésima mostra de indignação temporária", acrescentou.   


Iniciada em 2011, a guerra na Síria já deixou mais de 350 mil mortos e cerca de 13 milhões de deslocados. (ANSA).   


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