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Ex-premiê Hariri deixa política e boicota eleições no Líbano
BEIRUTE, 24 JAN (ANSA) - O ex-premiê do Líbano Saad Hariri, filho e herdeiro político do histórico primeiro-ministro Rafiq Hariri, morto em um atentado em 2005, anunciou nesta segunda-feira (24) que está deixando a carreira política e que não concorrerá nas próximas eleições legislativas previstas para maio.
Além de deixar suas funções, o ex-premiê pediu que o grupo Corrente do Futuro, que ele dirige há anos, também siga seu exemplo e boicote o próximo pleito.
"Não me candidatarei às eleições e não apresentarei nenhuma candidatura do Corrente em meu nome. Depois do assassinato de Rafiq Hariri, fui escolhido para perseguir o seu projeto e não para manter a minha família no poder", afirmou.
Em seu discurso, Hariri afirmou que o "projeto" do pai tinha duas ideias principais: "prevenir qualquer tipo de guerra civil no Líbano e garantir uma vida melhor para os libaneses".
"Eu consegui fazer o primeiro, mas não o segundo. E evitar uma guerra civil me obrigou a aceitar certos compromissos, entre os quais, o acordo de Doha, a visita de Damasco, as eleições de Michel Aoun para presidente, entre outras coisas. Esses compromissos foram feitos com meu dinheiro.. perdi muito em termos de dinheiro, amigos e irmãos. Posso suportar tudo, mas não suporto ver os libaneses que pensam que eu faço parte de um sistema que não consegue achar soluções", destacou ainda.
O Líbano vive há anos em uma profunda crise econômico-social e, desde a explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020, uma guerra política intensa. Após a tragédia, o então premiê Hassan Diab renunciou e outros três políticos tentaram formar um governo - entre eles, Hariri.
O ex-premiê, após tentar formar um gabinete por duas vezes, abriu mão do cargo por conta de diferenças com Aoun. Em setembro do ano passado, o bilionário Najib Mikati conseguiu formar um governo transitório até as eleições gerais desse ano.
Após sua desistência de tentar formar o governo, em julho do ano passado, Hariri deixou o país e se estabeleceu na Arábia Saudita, país com o qual sempre teve boa relação assim como seu pai. E vive fazendo investimentos no local.
Além da saída de Hariri afetar muitos dos que o apoiam no sociedade, já que ele sempre teve boa circulação entre todos os meios, a decisão também afeta seus aliados, que perdem um político de força para fazer acordos internos.
Para além das crises sociais, o Líbano é dividido pelo sectarismo religioso, sendo que o Parlamento e os ministérios são divididos igualmente entre cristãos e muçulmanos. Nos cargos principais, o presidente precisa ser um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento um muçulmano xiita. (ANSA).
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Além de deixar suas funções, o ex-premiê pediu que o grupo Corrente do Futuro, que ele dirige há anos, também siga seu exemplo e boicote o próximo pleito.
"Não me candidatarei às eleições e não apresentarei nenhuma candidatura do Corrente em meu nome. Depois do assassinato de Rafiq Hariri, fui escolhido para perseguir o seu projeto e não para manter a minha família no poder", afirmou.
Em seu discurso, Hariri afirmou que o "projeto" do pai tinha duas ideias principais: "prevenir qualquer tipo de guerra civil no Líbano e garantir uma vida melhor para os libaneses".
"Eu consegui fazer o primeiro, mas não o segundo. E evitar uma guerra civil me obrigou a aceitar certos compromissos, entre os quais, o acordo de Doha, a visita de Damasco, as eleições de Michel Aoun para presidente, entre outras coisas. Esses compromissos foram feitos com meu dinheiro.. perdi muito em termos de dinheiro, amigos e irmãos. Posso suportar tudo, mas não suporto ver os libaneses que pensam que eu faço parte de um sistema que não consegue achar soluções", destacou ainda.
O Líbano vive há anos em uma profunda crise econômico-social e, desde a explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020, uma guerra política intensa. Após a tragédia, o então premiê Hassan Diab renunciou e outros três políticos tentaram formar um governo - entre eles, Hariri.
O ex-premiê, após tentar formar um gabinete por duas vezes, abriu mão do cargo por conta de diferenças com Aoun. Em setembro do ano passado, o bilionário Najib Mikati conseguiu formar um governo transitório até as eleições gerais desse ano.
Após sua desistência de tentar formar o governo, em julho do ano passado, Hariri deixou o país e se estabeleceu na Arábia Saudita, país com o qual sempre teve boa relação assim como seu pai. E vive fazendo investimentos no local.
Além da saída de Hariri afetar muitos dos que o apoiam no sociedade, já que ele sempre teve boa circulação entre todos os meios, a decisão também afeta seus aliados, que perdem um político de força para fazer acordos internos.
Para além das crises sociais, o Líbano é dividido pelo sectarismo religioso, sendo que o Parlamento e os ministérios são divididos igualmente entre cristãos e muçulmanos. Nos cargos principais, o presidente precisa ser um cristão maronita, o premiê um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento um muçulmano xiita. (ANSA).
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