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Direita fracassa em tentar eleger presidente da Itália
ROMA, 28 JAN (ANSA) - Terminou sem vencedor a quinta votação no Parlamento da Itália para eleger o próximo presidente da República, já que nenhum candidato conseguiu reunir 505 dos 1.009 votos no colégio eleitoral.
A votação da manhã desta sexta-feira (28) ficou marcada pelo fracasso da coalizão de direita em impulsionar a presidente do Senado, Elisabetta Casellati, 75, fiel aliada do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Após quatro escrutínios com votos em branco ou abstenções, o moderado Força Itália (FI) e os partidos de ultradireita Liga e Irmãos da Itália (FdI) declararam apoio a Casellati para pressionar a centro-esquerda e o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) a aceitar um nome do campo conservador.
No entanto, a mandatária do Senado obteve apenas 382 votos, muito menos do que os 450 ou 460 que a coalizão de direita deveria ter no colégio eleitoral, formado por 630 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais.
A aliança conservadora não esperava que Casellati fosse eleita nesse escrutínio, mas contava com uma votação expressiva para ganhar peso nas negociações. O resultado, contudo, revelou entre 70 e 80 "franco-atiradores" dentro da coalizão de direita - as votações para presidente são secretas.
Depois de Casellati aparecem o presidente Sergio Mattarella (46 votos), que não quer ser reeleito, e o magistrado antimáfia Nino Di Matteo (38). 406 eleitores se abstiveram, o que reflete as recomendações do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e do M5S para suas bancadas.
Essas duas siglas cobram uma solução de consenso entre todas as legendas do governo de união nacional encabeçado por Mario Draghi, que também inclui o Força Itália e a Liga. "Se Casellati passar, a legislatura acaba", alertou o deputado Alessandro Zan (PD) ainda antes da votação.
Para o PD e o M5S, o próximo presidente da República deve ser alguém sem filiação partidária e com perfil institucional.
"Parece uma derrota clamorosa da estratégia da direita", afirmou o deputado Federico Fornaro, da aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU), também integrante do governo Draghi.
Casellati é advogada de formação e já totaliza quase duas décadas como senadora. Além disso, foi subsecretária dos ministérios da Saúde e da Justiça e integrou o Conselho Superior de Magistratura.
Em março de 2018, foi eleita presidente do Senado e se tornou a primeira mulher no segundo cargo mais importante na hierarquia Estado. "Não existe uma figura institucional que seja superior [a Casellati], tirando Mattarella. Além disso, a presidente Casellati é uma mulher, porque seria divisiva?", afirmou o senador de ultradireita e secretário da Liga, Matteo Salvini.
Já Berlusconi, padrinho político de Casellati, disse que a conhece "há mais de 30 anos" e pode "garantir sua aptidão para o cargo". "Por tal motivo, me dirijo aos parlamentares de todos os campos para pedir apoio", disse o ex-premiê nas redes sociais.
Até a última quinta-feira (27), o Parlamento vinha fazendo apenas uma votação por dia devido à pandemia de Covid-19, mas os líderes partidários concordaram em realizar duas sessões diárias a partir desta sexta para acelerar o processo eleitoral.
O próximo escrutínio está marcado para 17h (13h em Brasília).
Diversos nomes foram cotados para a Presidência nas últimas semanas, incluindo Mattarella, Draghi e Berlusconi, mas hoje os partidos estão longe de um consenso. (ANSA).
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A votação da manhã desta sexta-feira (28) ficou marcada pelo fracasso da coalizão de direita em impulsionar a presidente do Senado, Elisabetta Casellati, 75, fiel aliada do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Após quatro escrutínios com votos em branco ou abstenções, o moderado Força Itália (FI) e os partidos de ultradireita Liga e Irmãos da Itália (FdI) declararam apoio a Casellati para pressionar a centro-esquerda e o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) a aceitar um nome do campo conservador.
No entanto, a mandatária do Senado obteve apenas 382 votos, muito menos do que os 450 ou 460 que a coalizão de direita deveria ter no colégio eleitoral, formado por 630 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais.
A aliança conservadora não esperava que Casellati fosse eleita nesse escrutínio, mas contava com uma votação expressiva para ganhar peso nas negociações. O resultado, contudo, revelou entre 70 e 80 "franco-atiradores" dentro da coalizão de direita - as votações para presidente são secretas.
Depois de Casellati aparecem o presidente Sergio Mattarella (46 votos), que não quer ser reeleito, e o magistrado antimáfia Nino Di Matteo (38). 406 eleitores se abstiveram, o que reflete as recomendações do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e do M5S para suas bancadas.
Essas duas siglas cobram uma solução de consenso entre todas as legendas do governo de união nacional encabeçado por Mario Draghi, que também inclui o Força Itália e a Liga. "Se Casellati passar, a legislatura acaba", alertou o deputado Alessandro Zan (PD) ainda antes da votação.
Para o PD e o M5S, o próximo presidente da República deve ser alguém sem filiação partidária e com perfil institucional.
"Parece uma derrota clamorosa da estratégia da direita", afirmou o deputado Federico Fornaro, da aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU), também integrante do governo Draghi.
Casellati é advogada de formação e já totaliza quase duas décadas como senadora. Além disso, foi subsecretária dos ministérios da Saúde e da Justiça e integrou o Conselho Superior de Magistratura.
Em março de 2018, foi eleita presidente do Senado e se tornou a primeira mulher no segundo cargo mais importante na hierarquia Estado. "Não existe uma figura institucional que seja superior [a Casellati], tirando Mattarella. Além disso, a presidente Casellati é uma mulher, porque seria divisiva?", afirmou o senador de ultradireita e secretário da Liga, Matteo Salvini.
Já Berlusconi, padrinho político de Casellati, disse que a conhece "há mais de 30 anos" e pode "garantir sua aptidão para o cargo". "Por tal motivo, me dirijo aos parlamentares de todos os campos para pedir apoio", disse o ex-premiê nas redes sociais.
Até a última quinta-feira (27), o Parlamento vinha fazendo apenas uma votação por dia devido à pandemia de Covid-19, mas os líderes partidários concordaram em realizar duas sessões diárias a partir desta sexta para acelerar o processo eleitoral.
O próximo escrutínio está marcado para 17h (13h em Brasília).
Diversos nomes foram cotados para a Presidência nas últimas semanas, incluindo Mattarella, Draghi e Berlusconi, mas hoje os partidos estão longe de um consenso. (ANSA).
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