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Jornalista russa contrária à guerra na Ucrânia é detida

10/08/2022 13h56

MOSCOU, 10 AGO (ANSA) - A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que ficou mundialmente famosa por protestar contra a guerra na Ucrânia durante um dos principais telejornais do país, foi detida nesta quarta-feira (10), informou a defesa.   

Em entrevista à agência francesa AFP, o advogado da repórter, Dmitri Zakhvatov, informou que uma nova investigação foi aberta sobre "difusão de notícias falsas" sobre o exército russo.   

Com isso, Ovsyannikova foi enquadrada na nova lei assinada por Vladimir Putin logo após a invasão na Ucrânia, o que pode fazer com que ela pegue 15 anos de prisão.   

Basicamente, a legislação pune qualquer jornalista que publicar "notícias falsas" sobre a atuação das forças russas em outro território. Na prática, são consideradas matérias mentirosas tudo que não siga a linha de divulgação determinada pelo governo russo - como chamar a "operação militar especial" de guerra.   

Pouco antes da notícia da prisão, a ONG OVD-Info havia publicado, também com base em uma entrevista de Zakhvatov, que a residência de Ovsyannikova foi alvo de uma ação de busca e apreensão. Os agentes não esperaram sequer a chegada do representante legal para levar documentos e equipamentos.   

Em 28 de julho, a jornalista foi considerada culpada por "desacreditar" as forças armadas do país durante um processo em que depôs na justiça local. Ela foi condenada a pagar uma multa de 50 mil rublos e pode ser condenada à prisão ainda.   

Ovsyannikova havia sido demitida do canal após o protesto e tinha ido para a Alemanha, onde trabalhou por alguns meses. No entanto, ela retornou a Moscou no mês passado por conta de uma briga judicial pela guarda dos filhos com o ex-marido. (ANSA).   

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