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Estônia remove monumentos da era soviética de áreas públicas

16/08/2022 09h31

BRUXELAS, 16 AGO (ANSA) - A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, anunciou nesta terça-feira (16) que diversos monumentos da era soviética em áreas públicas serão removidos.   

Segundo a política de 45 anos de idade, os monumentos históricos retirados serão levados para museus e destacou que eles se tornaram uma fonte de "crescentes tensões sociais".   

"Meu governo decidiu remover os monumentos soviéticos dos espaços públicos em toda a Estônia. Como símbolos da repressão e ocupação soviética, eles se tornaram uma fonte de crescentes tensões sociais. Nestes momentos, devemos manter o risco para a população ao mínimo", escreveu a premiê em suas redes sociais.   

Kallas ainda acrescentou que esses monumentos históricos vão ser preservados em outros espaços "para que as gerações futuras possam aprender com essas dolorosas lições".   

Em Narva, na fronteira da Estônia com a Rússia, um tanque de guerra da era soviética foi retirado de um pedestal e provocou muita revolta na população, pois mais de 80% dos residentes são de etnia russa. Os trabalhos de remoção do T-34, modelo que foi usado na Segunda Guerra Mundial, tiveram escolta policial.   

Até o fim de 2022, o governo estoniano prometeu retirar de 200 a 400 monumentos, mas a remoção do tanque T-34 é considerada a mais significativa. O blindado será exibido em um museu nas proximidades da capital Tallinn.   

"Muitos moradores se preocupam com a remoção dos monumentos, mas a guerra deve ser recordada sem conflitos e ameaças de provocações", disse o ministro do Interior da Estônia, Lauri Läänemets.   

Já Urmas Reinsalo, ministro estoniano das Relações Exteriores, afirmou que a Rússia estava "tentando criar divisões internas dentro da sociedade". Além disso, o político acrescentou que os monumentos foram erguidos "para glorificar a reocupação" do país.   

Na vizinha Letônia, os parlamentares aprovaram em meados de junho uma lei exigindo que todos os "monumentos que glorificam o regime soviético" sejam retirados até o dia 15 de novembro.   

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, criticou os planos da Estônia. "Retirar os monumentos dedicados para aqueles que salvaram a Europa do fascismo é ultrajante", comentou.   

A Estônia foi uma república soviética de 1944 a 1991 e por volta de um quarto de sua população de 1,3 milhão de pessoas são de etnia russa. (ANSA).   

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