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Cuba enviará médicos para ajudar região carente na Itália

18/08/2022 10h05

CATANZARO, 18 AGO (ANSA) - O governo de Cuba vai enviar quase 500 médicos para remediar a carência de profissionais da saúde em uma das regiões mais pobres da Itália.   

O acordo foi assinado na última quarta-feira (17) pelo governador da Calábria, Roberto Occhiuto, do partido conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.   

Segundo ele, a medida se tornou necessária devido à falta de candidatos nos diversos concursos públicos realizados pela região para contratar médicos para seus hospitais.   

"Graças a esse acordo, poderemos utilizar temporariamente trabalhadores da saúde provenientes de Cuba. O governo caribenho vai colocar à nossa disposição 497 médicos com diversas especializações", disse Occhiuto.   

Os primeiros profissionais devem chegar à Calábria em setembro, começando por aqueles que já falam italiano. "Os outros, antes de iniciar o serviço, farão cursos intensivos para aprender nossa língua. De qualquer maneira, os médicos cubanos terão nossos trabalhadores da saúde sempre a seu lado", acrescentou o governador.   

Occhiuto afirmou ainda que a Calábria tem recursos suficientes para contratar médicos italianos, mas não surgiram interessados.   

"Tentamos de tudo", declarou.   

Situada no extremo-sul da Itália, a região tem 24,1% de seus habitantes vivendo em condição de pobreza, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (Istat). Esse é o terceiro pior índice no país, atrás apenas da Puglia (32,2%) e da Campânia (29%), também na parte meridional da península.   

Em novembro de 2020, já durante a pandemia de Covid-19, a Calábria chegou a fechar um convênio com a ONG Emergency, especializada em tratamentos para vítimas de guerras, para a gestão de hospitais de campanha.   

O sistema de saúde calabrês está sob intervenção de Roma desde 2009 devido a dívidas e infiltrações do crime organizado em gestões anteriores - a Calábria é berço da 'ndrangheta, poderosa máfia que tem ramificações no mundo inteiro.   

Ao longo da última década, a região conseguiu reduzir sua dívida, mas, para isso, desmantelou parte de sua rede de saúde.   

Essa não será a primeira vez que médicos cubanos ajudam a Itália. Em 2020, no início da pandemia, profissionais da saúde do país caribenho foram enviados para atuar em hospitais de campanha em Crema e Turim, no rico norte italiano. (ANSA).   

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