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Polícia sueca autoriza ato com queima de Bíblia e gera polêmica

Bíblia queimada Imagem: Reprodução

14/07/2023 17h58Atualizada em 14/07/2023 18h15

A polícia sueca autorizou nesta sexta-feira (14) um protesto em frente à embaixada de Israel em Estocolmo no próximo sábado (15), no qual é previsto que os organizadores queimem uma Bíblia e uma Torá.

Segundo uma petição enviada às autoridades da Suécia, os idealizadores do ato planejam destruir os textos religiosos como uma resposta à queima de um Alcorão, que aconteceu em junho passado, em frente à Grande Mesquita de Estocolmo. Na ocasião, o ato provocou indignação na comunidade muçulmana de diversos países do mundo.

No entanto, a autorização sueca está provocando um incidente diplomático, tendo em vista que foi duramente criticada pelo governo israelense e por organizações judaicas.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Ely Cohen, ordenou ao embaixador em Estocolmo, Ziv Nevo Kulman, que agisse ao extremo para impedir a queima dos livros religiosos.

Segundo comunicado oficial, o embaixador sueco em Tel Aviv também "esclareceu a seriedade com que Israel vê a permissão da polícia sueca para autorizar a profanação de textos sagrados para o judaísmo".

Já o presidente de Israel, Isaac Herzog, comentou que esta história "partiu seu coração". "Condenei explicitamente no passado a permissão dada na Suécia para queimar textos sagrados.

Como chefe do Estado de Israel condenei a queima do Alcorão e agora meu coração está partido porque o mesmo destino espera a Bíblia, o texto eterno dos judeus", lamentou ele em nota.

Segundo Herzog, "isso não é liberdade de expressão, mas é uma clara incitação, um ato de puro ódio".

O rabino Moshe David ha-Cohen, que está em Malmoe, na Suécia, disse à rádio pública Kan que judeus e muçulmanos estão trabalhando juntos para se opor à queima de textos sagrados.

"Criou-se aqui um sentimento de solidariedade, a comunidade judaica tem falado alto contra a queima do Alcorão e hoje recebemos o apoio da comunidade muçulmana. Esperamos que, unidos, possamos impedir o novo fogo".

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, juntou-se ao coro de protestos levantados em Israel após a divulgação da notícia sobre a queima da Bíblia.

"Condeno veementemente a decisão das autoridades suecas de permitir a queima de uma Bíblia", escreveu ele, acrescentando que "é uma decisão vergonhosa que ofende o que há de mais sagrado para o povo judeu".

Além disso, Netanyahu afirmou que os textos sagrados de todas as religiões devem ser respeitados.

Mais cedo, o ministro do interior Moshe Arbel enviou uma carta ao embaixador sueco em Israel, Erik Ullenhag, citando as palavras do poeta e filósofo alemão Heinrich Heine para expressar sua indignação.

"Onde se queimam livros, também se queimarão pessoas - que depois foram demonstradas nos anos seguintes", observou o ministro, fazendo referência ao Holocausto e lembrando que já havia se manifestado contra a queima do Alcorão na Suécia.

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