Italiana ganhará prêmio de campeã olímpica após desistir de luta

PARIS, 3 AGO (ANSA) - A Associação Internacional de Boxe (IBA), cujos parâmetros não são reconhecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), anunciou que concederá à boxeadora italiana Angela Carini o prêmio em dinheiro destinado aos campeões olímpicos.   

A quantia será entregue mesmo após a atleta desistir da luta contra a argelina Imane Khelif, válida pelas oitavas de final da categoria até 66kg, nos Jogos Olímpicos de Paris, na última quinta-feira (1º), em decorrência de uma polêmica em função do gênero de sua rival.   

Definida erroneamente por veículos de imprensa no mundo todo como "transgênero", Khelif é uma pessoa intersexo, ou seja, com características dos dois sexos. Ela nasceu e se identifica como mulher, mas produz níveis de testosterona compatíveis com homens.   

A participação de argelina nas Olimpíadas se tornou alvo da extrema direita em diversos países, sendo que a própria premiê italiana, Giorgia Meloni, afirmou que não se tratava de uma "disputa entre iguais".   

Por causa da polêmica, a IBA explicou em um comunicado que o presidente da associação, Umar Kremelev, decidiu que Carini, que abandonou o combate com menos de um minuto por dores no nariz, receberá o prêmio como se tivesse se tornado campeã olímpica.   

A bonificação consiste em US$ 100 mil, dos quais US$ 50 mil irão para Carini, US$ 25 mil para seu treinador e os outros US$ 25 mil para a Federação Italiana de Boxe (FPI), que, no entanto, recentemente deixou a IBA para se juntar ao "World Boxing".   

"Não conseguia olhar para as lágrimas dela. Não sou indiferente a tais situações, e posso garantir que vamos proteger cada pugilista", declarou Kremlev.   

"Não entendi porque eles estão matando o boxe feminino. Apenas atletas elegíveis devem competir no ringue por uma questão de segurança", acrescentou ele.   

A IBA tem criticado veementemente a decisão do Comitê Olímpico Internacional de deixar Khelif e Lin Yu-ting, de Taiwan, competirem nas Olimpíadas de Paris, após terem sido desclassificadas do Campeonato Mundial do ano passado por não terem passado nos testes de elegibilidade de gênero. (ANSA).   

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