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Grafiteiros de Nova York homenageiam vítimas de violência

30/11/2011 15h51

Grafiteiros de Nova York estão homenageando vítimas de homicídios nos muros da cidade.


O grupo mais antigo de grafiteiros do bairro do Bronx é o Tats Cru, que em 20 anos de atividade passou de bando procurado pela polícia para coletivo de artistas respeitados e procurados por grandes empresas - e que chega a ganhar até US$ 500 mil dólares em obras encomendadas.

Após duas décadas de existência, o grupo começou a fazer os murais com homenagens a moradores do Bronx que foram vítimas da violência no bairro.

Em entrevista à BBC, Hector Nazario, um dos pioneiros do grupo e que assina como Nicer, contou que "muita coisa mudou nos últimos 20 anos no Bronx, mas muitas outras infelizmente não mudam".

O sul do Bronx ainda é uma das áreas mais pobres dos Estados Unidos e depois de anos de queda nos índices de homicídios, no ano passado ocorreram mais de 400 incidentes com armas de fogo no bairro.

Desde 2009, o índice de homicídios subiu em 29%.

Uma das vítimas foi Jarrett Rivera, de 24 anos. A mãe e a irmã de Jerrod pediram que este fosse homenageado pelos grafiteiros do Tats Cru.

"Choro todos os dias, ninguém deveria sofrer tanto assim, tão cedo na vida", disse Christine.

Christine não foi a única a perder um familiar devido à violência no Bronx.

O próprio Hector Nazario também perdeu o filho, Bleu. O jovem estava em um churrasco na casa de um amigo quando foi atingido por uma bala perdida que o matou quando tinha apenas 22 anos de idade.

Nazario, ou Nicer, conta que não vai fazer um mural em homenagem ao filho. Ele prefere assinar o nome do filho em todos os seus trabalhos.

"Vou escrever o nome dele em tudo e dedicar quantos murais eu puder. Ter o nome do meu filho em todos os trabalhos é uma homenagem que não acabará nunca", disse.