Rebeldes no Iraque ''controlam'' fronteiras com Síria e Jordânia
Combatentes sunitas liderados pelo grupo militante Estado Islâmico para o Iraque e o Levante (EIIL) tomaram mais dois importantes pontos de passagem nas fronteiras do Iraque com a Síria e a Jordânia.
Os rebeldes agora controlam os três mais importantes postos de fronteira no oeste do país - o que significa que o governo perdeu o controle sobre sua fronteira com a Síria e a Jordânia.
Os sunitas já tinham tomado a passagem de Al-Qaim, na fronteira com a Síria, e as cidades de Rutba, Rawa e Ana. O governo diz que, em algumas cidades, suas tropas fizeram recuos estratégicos.
Um líder tribal de Ramadi, capital da província de Anbar, disse à BBC que 90% da província, a maior do país, agora estava nas mãos dos rebeldes.
Ele também disse que o EIIL representa apenas parte do contingente sunita rebelde em luta contra as tropas do governo - e que as fileiras rebeldes são engrossadas por combatentes de tribos e membros experientes do antigo Exército e das forças de segurança do ex-presidente Saddam Hussein.
Há informações de que o aeroporto na cidade de Tal Afar, no norte também foi tomado por rebeldes.
O EIIL - defensor da jihad, ou guerra santa -, que comanda 10 mil homens no Iraque e na Síria, segundo analistas, quer que os últimos desdobramentos alimentem sua marcha em direção à capital iraquiana, Bagdá.
Entretanto, analistas alertam para o pesado esquema de proteção na capital iraquiana. No sábado, milhares de milicianos xiitas do chamado Exército Mehdi - leais ao clérigo Moqtada al Sadr - desfilaram pelas ruas em uma demonstração de força.
O líder religioso, que comandou a resistência contra as tropas americanas que invadiram o Iraque, também convocou manifestações xiitas para todo o país.
Controle do Iraque
O avanço dos combatentes sunitas no oeste e norte do Iraque causaram grande preocupação na comunidade internacional.
O secretário de Estado norte-americano John Kerry, disse mais cedo no Cairo que a "ideologia de violência e repressão" do EIIL seriam uma ameaça não apenas ao Iraque "como também a toda a região".
Kerry disse que o Iraque enfrentava um "momento crítico" e exortou seus líderes a se buscar distância de "motivações sectárias e formar um governo unido na determinação de responder aos anseios e necessidades de toda a população".
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khameni, condenou a possibilidade de uma nova intervenção americana no Iraque, dizendo que principal intenção de Washington era a de manter o Iraque sob seu controle.
Khamenei contestou as "motivações sectárias", e disse que a principal disputa no Iraque "é entre aqueles que querem que o país se junte aos Estados Unidos e os que querem um Iraque independente".
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