"Vi uma mulher dando à luz na rua", diz brasileiro que sobreviveu com família a terremoto
Após sobreviver ao terremoto que matou mais de 3,5 mil pessoas no Nepal, o músico brasileiro Ivam Ciríaco enfrenta agora o medo de falta de água e comida.
"Não sabemos se terá comida para comprar", disse à BBC Brasil.
Além de comida, o músico, de 29 anos, teme que falte água. Segundo ele, o país já tem um problema constante de abastecimento de água e, neste segunda-feira, os supermercados não abriram.
Ele diz ter conseguido comprar algumas garrafas de água pequenas, mas afirma que não será suficiente.
Segundo Ivam, a situação "está muito tensa" e "os tremores não param".
Natural de Minas Gerais, Ivam vive com a família no Nepal há dois anos.
Sua casa não foi destruída, mas eles estão dormindo na garagem desde sábado, por precaução.
"Amigos, a noite não foi fácil. Dormimos fora de casa e não esperávamos chuva... Ela veio! Muito difícil para nós e quase impossível para centenas de famílias desabrigadas", diz um post em sua conta no Facebook.
Ivam contou à BBC Brasil que viu "muitos feridos e mortos" e uma mulher dando à luz no meio da rua.
Ele, que tem um sensor de terremoto, estava dentro de casa quando o primeiro tremor ocorreu. Correu para buscar o filho que dormia, enquanto sua mulher deixava o local. "A medida que a gente ia tentando sair eu fui caindo dentro da casa, caindo, caindo, até conseguir chegar na porta."
Vizinho a um hospital, Ivam viu uma cena marcante: enquanto os pacientes internados tentavam sair, os feridos pelo terremoto tentavam entrar.
Ele teme que o número de mortos nunca seja descoberto - segundo ele, o costume local é cremar os corpos e muitas cremações estão ocorrendo sem conhecimento das autoridades.
Ajuda
De acordo com o Itamaraty, 96 brasileiros que estavam no Nepal já foram localizados e passam bem.
Até o momento, foram confirmadas 3.726 mortes no país e mais de 6.500 pessoas ficaram feridas. Milhares estão vivendo em acampamentos improvisados depois que suas casas foram destruídas.
Além da escassez de comida e água, também há falta de eletricidade - e preocupação com doenças.
O governo pediu que outros países enviassem materiais de socorro e equipes médicas.
China e Índia enviaram equipes de emergência, assim como o Paquistão, que disse que estava enviando aviões com um hospital de 30 leitos. Outros países, com Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia também estão contribuindo.
Mas o congestionamento no aeroporto de Katmandu causou atrasos - segundo uma TV indiana, um voo de ajuda vindo da Índia teve que retornar.
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