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Vinhos franceses viram patrimônio histórico e cultural da humanidade

Agricultor colhe uvas em um campo em Champagne, na França - Francois Nascimbeni/AFP
Agricultor colhe uvas em um campo em Champagne, na França Imagem: Francois Nascimbeni/AFP

05/07/2015 11h48

Um brinde com champanhe poucas vezes foi tão apropriado para os franceses.

A Unesco, órgão das Nações Unidas para a Educação e Cultura, anunciou no sábado que a região da França produtora do mais famoso vinho espumante do mundo foi tombada como patrimônio histórico da humanidade. A decisão ocorreu durante um encontro do órgão em Bonn, na Alemanha.

Foi uma dupla vitória para as autoridades francesas, que há anos faziam lobby pelo reconhecimento formal: Burgundy, outra região produtora de vinhos do país (tintos), também recebeu o título.

Na prática, além de um chamariz para o turismo, o tombamento também significa apoio da ONU, inclusive financeiro, para projetos de preservação.

A Unesco justificou a decisão com a importância histórica e econômica da bebida. A champanhe é de denominação controlada, o que significa que apenas espumantes produzidos na região de Champanhe podem receber este nome.

Houve menção especial ao vilarejo de Hautvilliers, cuja abadia é conhecida como a "maternidade" da champanhe - foi lá que, no século 17 o monge Dom Pérignon aperfeiçoou o processo de fermentação do vinho, antes por demais instável. Não é por acaso de ele dá nome a uma das mais famosas marcas da bebida.

Com a inclusão das regiões vinícolas, a França agora tem 41 locais tombados, o quarto maior número do mundo - a Itália está no topo da lista, com 50 - o Brazil tem 19.

A lista é variada ao ponto de conter, por exemplo, a Muralha da China e Brasília, ao lado de parques e mesmo uma montanha - é o caso da montanha Burkhan Khaldun, na Mongólia.

Mas a champanhe não é a primeira bebida agraciada com a chancela da Unesco. Em 2006, a Unesco tombou a tequila, a bebida nacional do México.