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'Extremista ruivo' queria matar príncipe Charles para tornar Harry rei da Inglaterra

15.set.2015 - No dia de seu aniversário de 31 anos, Príncipe Harry visita o aeródromo de Goodwood, na Inglatera - KIRSTY WIGGLESWORTH/POOL/AFP PHOTO
15.set.2015 - No dia de seu aniversário de 31 anos, Príncipe Harry visita o aeródromo de Goodwood, na Inglatera Imagem: KIRSTY WIGGLESWORTH/POOL/AFP PHOTO

23/12/2015 12h33

Para se vingar contra o preconceito que sofreu por ser ruivo, um britânico planejou matar o príncipe Charles, primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, para que o filho dele, o príncipe Harry - que também é ruivo -, assumisse o trono.

Mark Colborne, de 37 anos, foi condenado com base na legislação de saúde mental britânica. Ele, que está sendo chamado de "extremista ruivo" pela imprensa britânica, foi preso em junho e considerado culpado, em setembro, por planejar atos terroristas.

Nesta terça-feira, recebeu a sentença de pena de prisão sem prazo para ser solto, devido a seus problemas psiquiátricos.

Durante o julgamento, ele disse que se sentia "diminuído" por ser ruivo e queria se vingar. Segundo a agência de notícias Reuters, ele tinha, entre seus ídolos, os extremistas do grupo IRA (Exército Republicano Irlandês), porque muitos também eram ruivos.

Na Inglaterra, os ruivos, conhecidos como "ginger", costumam ser alvo de bullying e preconceito.

Colborne possuía anotações manuscritas e livros com instruções para produzir venenos mortais. Policiais encontraram ingredientes para fabricar cianeto na casa dele.

Nas anotações, ele escrevia sobre o plano de "colocar uma bala na cabeça do príncipe Charles" para que Harry virasse rei. Ele também teria planejado matar o príncipe William.

Mas Harry, na verdade, é o quinto na linha de sucessão do trono britânico: depois de Charles, a coroa passaria para William e, depois, seus filhos George e Charlotte, e só caso nenhum deles pudesse assumir Harry é que seria coroado.

'Indivíduo desequilibrado'

O promotor Annabel Darlow disse que as anotações de Colborne também demonstravam admiração por extremistas de direita como Anders Breivik (autor dos atentados que deixaram 77 mortos na Noruega em 2011) e ódio por "não arianos", a quem se referia como "negros e idiotas caucasianos".

"Estou buscando uma grande resposta, um grande ataque terrorista que vai chamar atenção para nossa dor, não só a minha mas de outros irmãos pelo mundo", ele escreveu.

Colborne comprou os ingredientes para produzir veneno pela internet e fez um estoque de máscaras, funis de metal, seringas de plásticos e luvas de látex em sua casa em Southampton.

O meio-irmão de Colborne e sua mãe descobriram os produtos químicos e os manuscritos em seu quarto, o que levou a sua prisão em 3 de junho do ano passado.

O juiz John Bevan disse que ele era "claramente perigoso" e que suas "fantasias extraordinariamente violentas" eram uma "grave preocupação".

"Você foi consumido pela ira contra diversos indivíduos e grupos e você escreve sobre bombas e carnificinas", disse.

"Você é, sinto dizer, um indivíduo desequilibrado que no passado teve opiniões que são repugnantes para as pessoas de bem. Muitas pessoas têm memórias desagradáveis de sua infância, mas eles superam e crescem."

"Sua autopiedade extravagante tornou sua vida miserável e a da sua família também", completou o juiz.

Colborne alegou que os planos eram apenas "discursos raivosos" de momentos em que ele não estava tomando remédios para depressão.