Como o mundo do entretenimento 'previu' Trump como presidente americano
No cinema, na TV e na música, a possibilidade de Donald Trump se tornar presidente americano já havia sido levantada bem antes até mesmo de a corrida presencial começar.
A eleição do republicano fez com quem muitos fãs do desenho Os Simpsons lembrassem sobre um episódio antigo em que o bilionário governava os Estados Unidos.
Em Bart to the Future, que foi ao ar em 2000, Lisa acaba de assumir a Presidência americana e está na Casa Branca explicando a situação do país. "Herdamos uma grave crise orçamentária do presidente Trump", diz ela.
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Então ela pergunta ao secretário de Estado, seu amigo de infância Milhouse, qual a gravidade das finanças americanas após o governo Trump. E ele responde: "O país está quebrado."
Em uma entrevista concedida no começo deste ano, o roteirista do programa Dan Greaney descreveu o episódio como "um alerta para os Estados Unidos".
"(A ideia de ter Trump como presidente) Nos pareceu algo lógico para mostrar a última parada antes do fundo do poço. Era consistente com a visão de um país beirando à loucura", disse Dan ao site Hollywood Reporter.
"Precisávamos de uma situação em que Lisa tivesse problemas além de sua capacidade de resolução, e que tudo desse o mais errado possível. Foi por isso que colocamos Trump como o presidente antes dela."
A série voltou a fazer referência ao bilionário no ano passado, logo após ele ter anunciado que iria concocorrer à Presidência.
O episódio Trumptastic Voyage satiriza o anúncio da candidatura do republicano e o mostra em uma escada rolante com Homer Simpson - em referência à "entrada" que o candidato de fato fez no dia em que anunciou sua candidatura ao lado da mulher, Melania.
No início deste ano, Os Simpsons apoiaram oficialmente a candidata Hillary Clinton em um vídeo no qual Homer e Marge aparecem discutindo em que votar - e acabam se decidindo pela democrata, derrotada nesta semana pelo bilionário.
Rage Against the Machine
Mas não foram apenas Os Simpsons que "previram" o governo Trump.
Em 1999, um clipe da banda de rock americana Rage Against the Machine também fez alusão a uma tentativa de Trump para chegar à Casa Branca.
No clipe da música Sleep Now in the Fire, um homem é visto segurando um cartaz onde se lê "Donald J. Trump para presidente".
Naquela época, Trump havia tentado se lançar pelo Partido Reformista, mas retirou sua candidatura em fevereiro de 2000 - nove meses antes da eleição.
O vídeo foi dirigido pelo documentarista Michael Moore, que recentemente abordou diretamente a hipótese de Trump se tornar presidente.
Moore lançou um documentário no início deste ano chamado TrumpLand, no qual ele alertava para os riscos de sua potencial eleição.
O documentarista também postou um texto em seu site intitulado "Cinco razões pelas quais Trump vai vencer" - mas a essa altura esse cenário já era bem mais realista do que na época na qual ele dirigiu o clipe do Rage Against the Machine, 17 anos antes.
Biff Trump?
Outra "previsão", dessa vez um pouco menos direta, ocorreu no filme De Volta para o Futuro 2, de 1989 - 27 anos antes da eleição de Trump.
O vilão da trilogia, Biff Tannen, acaba se tornando um empresário de sucesso, o que o leva a abrir um cassino e a usar seu dinheiro para influenciar a política americana.
O roteirista do filme confirmou, no ano passado, que o personagem foi em parte baseado, sim, em Trump. Biff, inclusive, usa o dinheiro que ganha dos cassinos para influenciar o Partido Republicano, antes de acabar ele mesmo obtendo poder político.