O que se sabe sobre a explosão no metrô de São Petersburgo
São Petersburgo declarou três dias de luto pelas 14 vítimas fatais e 49 feridos deixados por um ataque a bomba no metrô de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia.
O principal suspeito é um homem do Quirguistão, ex-república soviética localizada na Ásia Central, que tinha cidadania russa.
Na tarde de segunda-feira, uma explosão atingiu um trem entre as estações de Sennaya Ploshchad e Tekhnologichesky Institut, no centro da cidade. Toda a rede de metrô de São Petersburgo foi fechada.
Investigadores russos descreveram o episódio como um possível "ato terrorista", mas divulgaram poucos detalhes. Confira, a seguir, o que se sabe até agora sobre a explosão:
1. O que aconteceu?
Imagens mostram um trem da estação de Sennaya com as portas totalmente danificadas e com pessoas caídas na plataforma.
Os primeiros relatos falavam em duas explosões diferentes - uma em cada estação de metrô. Mais tarde, porém, o Comitê Antiterrorismo confirmou que houve apenas uma explosão entre as duas estações, por volta de 14h30, horário de Moscou (8h30 de Brasília).
O trem havia deixado a estação Sennaya Ploshchad, rumo ao sul, na Linha Azul do metrô. Sete pessoas morreram imediatamente. Uma não resistiu a caminho do hospital, e outras três fatalidades foram confirmadas depois. Na manhã desta terça-feira, foi anunciado que mais três vítimas morreram no hospital.
Em entrevista à mídia local, a investigadora Svetlana Petrenko disse que a decisão do condutor do trem de continuar em movimento apesar da explosão certamente ajudou a salvar vidas ao permitir que sobreviventes fossem resgatados rapidamente.
Além disso, informou o Comitê Antiterrorismo russo, um explosivo caseiro com 1 kg de dinamite foi desativado na estação Ploshchad Vosstaniya, a cerca de 3 km da Tekhnologichesky Institut.
2. O que causou a explosão?
De acordo com o chefe do Comitê Antiterrorismo, Andrei Przhezdomsky, a detonação foi causada por um "explosivo não identificado".
Os primeiros indícios apontavam para um aparato explosivo caseiro feito com dinamite e possivelmente escondido em uma maleta deixada próxima às portas do vagão.
O presidente Vladimir Putin - que estava em São Petersburgo no momento do incidente - disse que todas as hipóteses, incluindo a possibilidade de terrorismo, estão sendo investigadas. O primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, descreveu o incidente como "ato terrorista".
3. Quem está por trás do ataque?
O suspeito de ser o autor do ataque é um homem do Quirguistão, identificado por segundo serviços de segurança do país como Akbarzhon Jalilov, nascido em Osh, a segunda maior cidade do país, em 1995. Ele teria etnia uzbeque, assim como o autor do ataque a tiros em uma boate em Istambul no Ano Novo, que deixou 39 mortos - e que teria vindo da mesma cidade no Quirguistão.
Há relatos conflitantes sobre a natureza do ataque em São Petersburgo, se foi um ataque suicida ou se a bomba tinha sido colocada pelo autor. Também não está claro como ele teria sido identificado.
A agência de notícias russa Interfax disse que o homem teria morrido na explosão e sido identificado a partir dos seus restos mortais. Mas o porta-voz da Presidência, Dmitry Peskov, não confirmou essa informação.
A mídia estatal do Quirguistão disse que os serviços de segurança do país estavam em contato com o serviço secreto russo nas investigações.
A descoberta de um explosivo em outra estação do metrô indica que se tratou de um ataque deliberado e coordenado. A agência Tass diz que uma mulher também poderia estar envolvida no atentado.
4. Qual seria o motivo da ação?
Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque.
Segundo o especialista em assuntos de segurança da BBC Frank Gardner, o serviço de segurança FSB, sucessor da KGB soviética, deverá examinar as imagens das câmeras de segurança, resíduos da bomba detonada e o explosivo desarmado em busca de pistas.
Para Gardner, as suspeitas devem focar em dois possíveis suspeitos - nenhum deles confirmado até agora. Primeiro, um grupo inspirado no Estado Islâmico buscando retaliação para os bombardeios russos na Síria. Em segundo, nacionalistas chechenos - ou até mesmo uma combinação dos dois.
Militantes chechenos e combatentes jihadistas já têm um histórico de planejamento de ataques ao sistema de transporte russo, mais precisamente em Moscou. Cerca de 7 mil russos já viajaram à Síria para se aliar a grupos extremistas - e alguns podem ter voltado ao país.
5. Já houve outros ataques extremistas na Rússia?
Esse é o primeiro ataque contra o sistema de metrô de São Petersburgo - o 19º mais movimentado do mundo, que transporta cerca de 2 milhões de passageiros todos os dias.
Mas a Rússia já tinha sido palco de atentados semelhantes. Em 2009, militantes islâmicos estiveram por trás da explosão que atingiu um trem que ia de Moscou para São Petersburgo, matando 27 pessoas.
Em 2010, 38 pessoas morreram em um ataque suicida duplo no metrô de Moscou. Um ano depois, uma bomba explodiu em um trem de alta velocidade entre Moscou e São Petersburgo, deixando 27 pessoas mortas e outras 130 feridas.
Em 2013, homens-bomba mataram 31 pessoas em ataques seguidos em Volgograd, em uma estação e um ônibus.
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