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Polícia alemã prende suspeito de envolvimento com explosões que atingiram time de futebol

11/04/2017 16h53

A polícia alemã prendeu um suspeito de envolvimento no ataque a bomba ao ônibus do Borussia Dortmund, na terça-feira.

Promotores afirmam tratar o caso como um ataque terrorista, mas as motivações do atentado não estão claras. Três explosivos usados na ação continham pedaços de metal, e duas cartas que reivindicam a autoria do atentado estão sob análise.

O episódio ocorreu na terça-feira (11), quando o veículo transportava a equipe ao estádio Signal Iduna Park, em Dortmund (Alemanha), para jogo contra o Mônaco, pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, o principal torneio de clubes de futebol do continente.

O grupo havia acabado de sair do hotel e foi surpreendido por três explosões. O zagueiro Marc Bartra feriu-se com estilhaços e foi levado ao hospital. A partida acabou adiada para esta quarta-feira (12).

Depois do atentado, torcedores de Mônaco e Borussia, que já estavam nas arquibancadas do estádio, se uniram para cantar "Dortmund, Dortmund" em homenagem ao clube.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira que o ataque foi "um crime terrível" e elogiou a união entre os fãs das duas equipes.

Cartas

Frauke Koehler, porta-voz do Ministério Público alemão, disse que dois suspeitos dentro do "espectro islâmico" se tornaram foco das investigações. "Os apartamentos dos dois foram vasculhados e um deles foi detido", afirmou.

A imprensa alemã vem divulgando que o suspeito preso é um iraquiano de 25 anos, e que o segundo suspeito é um alemão de 28 anos.

As explosões atingiram um raio de cem metros, e investigadores disseram que foi sorte não haver mais vítimas.

Um estilhaço de metal foi localizado em uma cadeira do ônibus, dentro de um descanso de cabeça.

Segundo o Ministério Público, três cópias de uma mesma carta que reivindica a autoria do ataque foram localizadas perto do local das explosões, e indicam que o responsável teria ligações com o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico.

Recentemente, o Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque a uma feira de Natal em Berlim que deixou 12 mortos em dezembro.

A carta em questão, disse Koehler, exigia a "retirada de caças (alemães) Tornado da Sìria" e o "fechamento da base aérea de Ramstein", uma base americana no sudoeste da Alemanha. A autenticidade do texto está sob verificação.

O jornal Sueddeutsche Zeitung informou que a carta começa com a frase "Em nome de Alá", mas disse ainda que os responsáveis podem estar tentando atrapalhar a investigação.

Em uma segunda carta publicada na internet, grupos de extrema-esquerda supostamente reivindicam a autoria do ataque, mas investigadores dizem acreditar que a mensagem não seja autêntica.

Apesar da aparente ligação com extremismo islâmico, o ataque não parece com atentados semelhantes recentes, aponta Damien McGuinness, correspondente da BBC em Berlim.

Os explosivos, afirma ele, não foram preparados para causar o máximo possível de danos entre uma multidão, e nem visavam o estádio, que fica a quilômetros do local do ataque.

Mensagens

Depois das explosões, o Borussia Dortmund utilizou redes sociais para tranquilizar os torcedores.

"Pouco tempo depois da saída do ônibus do time do hotel, houve um incidente. O ônibus foi danificado em dois locais. Uma pessoa ficou ferida e foi para o hospital."

"Os jogadores estão em segurança. Não há perigo no estádio", foi a mensagem na conta do clube no Twitter.

O time também agradeceu pelos cantos de apoio da torcida do Mônaco nas arquibancadas.

Depois do incidente, o próprio Borussia Dortmund lançou uma iniciativa para acomodar fãs do Mônaco que precisariam ficar na cidade para poderem acompanhar o jogo adiado para quarta-feira. Em seguida, diversos torcedores do time alemão publicaram fotos recebendo em suas casas torcedores do Mônaco em um gesto de solidariedade após o incidente.