Quais são as medidas de segurança que os EUA passarão a exigir de todos os voos para o país
Passageiros em 280 aeroportos de 105 países enfrentarão medidas mais estritas de segurança em voos diretos para os Estados Unidos.
É que o governo americano acabou de anunciar que nas próximas "semanas e meses" haverá um reforço dos controles de segurança diante da ameaça de "um inimigo flexível e ágil": o terrorismo.
O principal objetivo é impedir que extremistas transportem explosivos em dispositivos eletrônicos, segundo informou na quarta-feira o Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês) do país.
Muitas companhias aéreas temiam a imposição de uma proibição geral para levar equipamentos como laptops ou tablets na bagagem de mão - como ocorre com passageiros que embarcam em oito países do Oriente Médio e da África -, mas esta não houve.
O que muda?
Funcionários do DHS informaram que serão feitas operações de segurança "visíveis e invisíveis" para os passageiros em aeroportos com voos diretos para os EUA.
Os agentes de segurança aplicarão mais controles de segurança para verificar a identidade e a bagagem dos passageiros antes do embarque, segundo as novas regras apresentadas.
Dispositivos eletrônicos pessoais como tablets e computadores portáteis serão submetidos a uma revisão mais rigorosa para detectar possíveis rastros de explosivos.
Também haverá um reforço na tecnologia para detectar ameaças, assim como um uso maior de cães farejadores. Os aviões que viajam aos EUA também serão submetidos a uma maior vigilância nos aeroportos de origem.
O DHS ainda prevê aumentar o número de "pontos de inspeção prévia" como os que atualmente têm em cinco países: Irlanda, Bahamas, Bermudas, Emirados Árabes e Canadá.
São seções especiais nos aeroportos nas quais os agentes de alfândega e proteção fronteiriça realizam as mesmas inspeções de migração, alfândega e agricultura que os aeroportos dos Estados Unidos, mas antes dos passageiros embarcarem.
Apesar de não terem sido revelados mais detalhes das medidas, espera-se que elas resultem em um tempo maior para embarcar no avião.
Essa nova política afeta 280 aeroportos em 105 países, a partir dos quais partem diariamente cerca de 2.100 voos aos EUA.
No Brasil, os aeroportos afetados serão os de São Paulo (Guarulhos), Rio de Janeiro (Galeão), Brasília, Campinas, Belo Horizonte, Manaus, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre.
Cerca de 325 mil passageiros devem passar pelas novas medidas todos os dias.
Por que agora?
O DHS disse em comunicado que detectou uma "teia de aranha" de ameaças que tem como objetivo realizar atentados contra aviões com passageiros.
"É necessário colocar em prática melhores medidas de segurança para todos os voos comerciais aos Estados Unidos", disse na quarta o diretor do DHS, John Kelly.
"O DHS desenvolveu essas novas medidas de segurança melhoradas para mitigar efetivamente as ameaças à aviação com o mínimo inconveniente para os passageiros", disse o funcionário.
Desde março, os dispositivos "maiores que um smartphone" não são permitidos nas bagagens de mão de passageiros em voos procedentes de Turquia, Marrocos, Jordânia, Egito, Emirados Árabes, Catar, Arábia Saudita e Kuait.
A medida foi adotada pelo temor de que fossem colocados explosivos em seu interior que passassem despercebidos nos controles de segurança existentes.
Porém, Kelly disse na quarta-feira que, por enquanto, a proibição não deve ser ampliada a outros países.
No ano passado, as preocupações com segurança aérea ficaram mais acentuadas quando um membro do grupo extremista Al Shabab, da Somália, conseguiu entrar em um avião em Mogadíscio com um laptpop com explosivos. Este explodiu 15 minutos depois de o avião levantar voo, abrindo um buraco na fuselagem e forçando o avião a fazer um pouso de emergência.
Quando as novas regras serão aplicadas?
O DHS disse que as companhias aéreas têm 120 dias para se adaptar às novas solicitações de segurança, caso contrário, poderão ter de proibir que seus passageiros embarquem com eletrônicos maiores que um celular (laptops, tablets, consoles de jogos, livros eletrônicos, aparelhos de DVD, câmeras fotográficas, entre outros).
"Aqueles que não adotarem esses requisitos dentro de certos prazos correm o risco de que sejam impostas restrições adicionais de segurança", diz o DHS.
Funcionários do DHS citados pelo jornal The Washington Post indicaram que as normas devem entrar em vigor ainda neste verão (no hemisfério norte).
Em março, quando a proibição de laptops e afins foi imposta a oito países, as companhias haviam manifestado seu temor de que isso poderia desmotivar muitos passageiros viajando a negócios, que regularmente pagam por assentos mais caros.
Mas funcionários de segurança disseram que essa proibição poderia ser retirada nesses oito países caso sigam as novas regulações anunciadas na quarta-feira.
Kelly disse que são melhorias necessárias. "Não se enganem: nossos inimigos estão trabalhando constantemente para encontrar novos métodos para disfarçar explosivos, recrutar pessoas e sequestrar aviões".
"Temos que colocar em prática novas medidas em todos os âmbitos para manter a segurança de todos os passageiros e dificultar o êxito dos terroristas", disse o diretor do DHS.
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