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Testemunha de ataque em Barcelona, australiana já tinha escapado de outros dois atentados na Europa em 3 meses

Flores, velas e mensagens são deixadas na Rambla em homenagem a vítimas de atentado, em Barcelona - Josep Lago/AFP
Flores, velas e mensagens são deixadas na Rambla em homenagem a vítimas de atentado, em Barcelona Imagem: Josep Lago/AFP

18/08/2017 07h44

A turista australiana Julia Monaco escapou pela terceira vez em menos de três meses de um ataque terrorista na Europa.

A jovem de 26 anos estava em Las Ramblas, em Barcelona, na quinta-feira, no momento em que uma van atropelou pedestres deixando 13 pessoas mortas e cerca de cem feridas.

Ela também estava no dia dos atentados na London Bridge, em Londres, no dia 3 de junho, quando oito pessoas morreram; e de Notre Dame, em Paris, no dia 6 de junho, quando a polícia atirou contra um homem que atacou um agente.

Sobre o episódio na Espanha, Julia comentou à rádio BBC 5: "Num minuto estava tudo bem, e no seguinte era um pandemônio absoluto. Todo mundo começou a gritar e correr".

"Fomos forçados para dentro de uma loja. Não tínhamos para onde ir, então fomos forçados a deitar com o rosto virado para o chão e ficamos naquela posição por uns 20 minutos. Estava muito incerto o que estava acontecendo do lado de fora", descreve.

Ainda segundo a jovem, "o nível de estresse era realmente muito alto, todo mundo estava muito, muito assustado".

À rádio australiana 3WA, Julia contou que incialmente pensou se tratar de um acidente de carro, mas percebeu a gravidade do episódio quando as pessoas começaram a correr.

Cerca de meia hora após o ataque, ela e suas amigas Alana Reader e Julia Rocca, também australianas, saíram da loja e notaram que barricadas impediam a passagem pelas Las Ramblas, que estava então vazia.

"Até ali ainda tinha muita gente sem entender o que estava acontecendo, não tínhamos certeza do que fazer", lembra.

Elas então voltaram para o hotel andando, desviando de várias ruas que estavam interditadas pela polícia.

Apesar do susto, ela afirmou ao apresentador Neil Mitchell, da rádio australiana, que não pretende voltar para casa.

"Eu estou confusa, realmente o dia não foi como eu planejava, mas não quero voltar para casa. Eu sinto que devo ficar e não deixá-los ganhar, seja quem for. Eu vou ver o que eu vim para ver", afirmou.

Julia também lembrou que foi trancada em uma estação de metrô em Londres no dia do atentado à London Bridge e que estava em Paris no dia do ataque à Catedral de Notre Dame, em Paris, sem dar muitos detalhes das outras experiências.

E garantiu, brincando: "Ainda quero viajar o mundo. Talvez tenha algo errado comigo, mas ainda vou fazendo isso".

Na sua página no Linkedin, Julia diz que está "esticando as asas pela Europa" até outubro deste ano.