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Ataque na Somália, o mais letal em uma década, deixa mais de 200 mortos

15/10/2017 19h31

Um massivo ataque com bombas em uma área movimentada da capital da Somália, Mogadíscio, matou pelo menos 276 pessoas, segundo autoridades locais. A explosão aconteceu no sábado.

Outras 300 pessoas ficaram feridas após dois caminhões repletos de explosivos foram detonados perto de um hotel.

É o ataque mais mortal na Somália desde que o grupo islâmico al-Shabab iniciou sua insurgência, em 2007.

Não está clara a autoria do bombardeio, mas Mogadíscio é alvo de militantes do al-Shabab que lutam contra o governo.

Somalis foram às ruas protestar contra o al-Shabab e pedir por doadores de sangue. Os hospitais estão superlotados de feridos e há falta de medicamentos e de bolsas de sangue.

O presidente Mohamed Abdullahi "Farmajo" Mohamed instituiu três dias de luto pelas vítimas da explosão.

A mídia local relatou que as famílias se aglomeravam na área no domingo de manhã, procurando por pessoas queridas desaparecidas, em meio a ruínas.

O policial Ibrahim Mohamed disse à agência de notícias da AFP que o número de mortos provavelmente aumentará. "Há mais de 300 feridos, alguns deles em estado grave", disse ele.

Funcionários também confirmaram que duas pessoas morreram em um segundo ataque com bombas no distrito de Madina, também na capital.

Um repórter somali da BBC, que estava perto da cena da maior explosão, disse que o Hotel Safari foi abaixo, com as pessoas presas sob os escombros.

Uma testemunha ocular do ataque, o morador local Muhidin Ali, disse à agência de notícias AFP que o incidente foi "a maior explosão que já presenciei, destruindo toda a área".

Enquanto isso, o diretor do Hospital Madina, Mohamed Yusuf Hassan, disse que ficou chocado com a escala do ataque.

"Setenta e dois feridos foram internados no hospital e 25 deles estão em condições muito graves. Outros perderam as mãos e as pernas na cena".

"O que aconteceu ontem foi impressionante, eu nunca algo assim antes. Inúmeras pessoas perderam suas vidas".

A comunidade internacional rapidamente condenou o ataque.

Em nota, a missão dos EUA na Somália afirmou: "Tais ataques covardes revigoram o compromisso dos Estados Unidos na ajuda a nossos parceiros da Somália e da União Africana no combate ao flagelo do terrorismo".

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, disse: "Meus pensamentos estão com as famílias das vítimas, com o governo e com o povo da Somália neste momento difícil".

"Os responsáveis não mostraram respeito pela vida humana ou pelo sofrimento do povo somali. O Reino Unido continuará a apoiar a Somália na luta contra o terrorismo".