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Quem são o ex-presidente e o jornalista que vão disputar a Presidência do Chile

Alejandro Guillier (esq.) e Sebastián Piñera vão disputar a Presidência do Chile - Reuters/AFP
Alejandro Guillier (esq.) e Sebastián Piñera vão disputar a Presidência do Chile Imagem: Reuters/AFP

20/11/2017 10h52

O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera e o jornalista e senador Alejandro Guillier disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no país.

Piñera, que ocupou o cargo entre 2010 e 2014, era visto como favorito durante a campanha, mas só obteve 36,64% dos votos no primeiro turno, realizado no domingo (19). Guillier alcançou 22,70%. Oito candidatos concorreram no pleito.

O segundo turno da eleição é previsto para 17 de dezembro, mas o eleito só será empossado em março de 2018.

Saiba mais sobre os candidatos que seguem na disputa:

Sebastián Piñera, ex-presidente e terceiro homem mais rico do Chile

Empresário milionário, com doutorado em economia na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Piñera é a terceira pessoa mais rica do Chile, segundo a revista Forbes, e comanda uma coalizão de centro-direita chamada "Chile Vamos".

Sebastián Piñera, ex-presidente e o terceiro homem mais rico do Chile - Ivan Alvarado/Reuters - Ivan Alvarado/Reuters
Sebastián Piñera, ex-presidente, vai ao segundo turno pela coalizão "Chile Vamos"
Imagem: Ivan Alvarado/Reuters

"Quando chegou à Presidência pela primeira vez, ele governou com tecnocratas. Agora, tende a ser mais político", considera Guillermo Holzmann, professor de Ciências Políticas da Universidade de Valparaíso.

O mercado vê com bons olhos a eleição do candidato. A desaceleração da economia chilena "influencia" essa aceitação, segundo Holzmann. "A percepção é de que a economia está estancada e que, com Piñera, voltaria a crescer", diz.

O Chile cresce menos de 2% ao ano, afetado pelo desempenho da China, principal comprador de cobre do país andino.

Na campanha, Piñera prometeu reativar a economia e reduzir o tamanho do Estado, buscando atrair investimentos internacionais, assim como melhorar segurança pública, saúde, educação, transporte e qualidade de vida da população.

Outra garantia que dá é a de que vai separar a política dos negócios.

Piñera tem sido um dos críticos mais duros dos escândalos de corrupção que estremeceram o atual governo. Seus opositores o acusaram, no entanto, de conflito de interesses em diferentes ocasiões, o que nega.

"Em termos de conflito de interesse, Piñera sempre nos surpreende", disse o deputado do Partido Comunista (PC) Daniel Núñez. Segundo ele, o ex-presidente teria criado uma lei de pesca após suas empresas terem investido no setor.

Caso vença no segundo pleito, uma cena de 2010 pode se repetir: naquele ano, Bachelet passou a faixa para Sebastián Piñera. Quatro anos depois, em 2014, foi Piñera quem "devolveu" a faixa para Bachelet.

Alejandro Guillier, famoso apresentador de TV e sociólogo "novato" na política

O sociólogo, jornalista e apresentador de televisão Alejandro Guillier tem 64 anos e entrou na política há apenas quatro, como senador independente, após três décadas de uma bem sucedida carreira nos meios de comunicação chilenos.

Alejandro Guillier, 64, jornalista e sociólogo, vai ao segundo turno das eleições presidenciais no Chile - Rodrigo Garrido/Reuters - Rodrigo Garrido/Reuters
Alejandro Guillier, jornalista, vai ao segundo turno pela coalizão "Nova Maioria"
Imagem: Rodrigo Garrido/Reuters

Ele representa seis de sete partidos da coalizão de centro-esquerda governista "Nova Maioria".

Guillier teve programas em que questionava políticos e a gestão pública, como o Factor Guillier.

Se vencer a eleição em dezembro, promete reformar a saúde, o sistema privado de pensões e aprofundar a reforma educacional iniciada por Bachelet.

Guillier é visto como a continuidade da atual presidente. Na quinta-feira, no encerramento da sua campanha, seus seguidores gritavam "pelo amor a Bachelet, votaremos em Guillier".

Entre os temas em que diverge de Piñera estão a presença do Estado na economia e políticas voltadas para os índios mapuches.

"Quero dizer à direita que nossos povos originários não são terroristas e que vamos reconhecê-los constitucionalmente", disse ele.