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Atropelamento na praia de Copacabana atinge pelo menos 15 pessoas e mata bebê de oito meses

Júlia Dias Carneiro - Da BBC Brasil no Rio de Janeiro

19/01/2018 00h53

Um motorista com um carro desgovernado invadiu o calçadão da praia de Copacabana na noite desta quinta-feira, matando ao menos uma pessoa, um bebê de apenas oito meses, e atingindo ao menos outras 15, de acordo com a Polícia Militar.

O veículo atravessou a calçada da praia e foi parar ao invadir a areia, parando ao lado de um quiosque, por volta das 20:30 - em uma noite de verão com o calçadão lotado após temperaturas que chegaram a 45 graus durante o dia.

As vítimas foram socorridas no local, inicialmente recebendo atendimento estiradas sobre o calçadão.

De acordo com a Polícia Militar, o motorista foi detido e levado para a 12ª Delegacia de Polícia em Copacabana. Ele alegou que perdeu o controle do carro devido a um ataque epiléptico. Peritos encontraram medicamentos para epilepsia dentro do veículo.

Pouco após o acidente, o pai do bebê que morreu falou com jornalistas e criticou que uma pessoa com epilepsia estivesse dirigindo um carro.

"Não era para ter carteira de motorista nem para estar na rua. Ele é um assassino. Matou minha filha", disse à TV Globo. "Como é que eu vou ficar agora?"

O pai da criança disse que estava trabalhando quando o acidente aconteceu e que sua esposa estava passeando no calçadão com a menina de oito meses no carrinho de bebê.

"Aí ele veio atropelando todo mundo", relatou.

Polícia refuta atentado terrorista

Em uma nota no Twitter, a polícia esclareceu que o fato não foi um atentado terrorista, mas sim "um grave acidente, onde o motorista perdeu o controle do veículo e acabou atingindo cerca de 15 pessoas que estavam no calçadão da praia". Testemunhas afirmaram que o trânsito na via era intenso na hora do acidente.

As vítimas foram levadas para os hospitais Souza Aguiar, no Centro, e Miguel Couto, na Gávea. No fim da noite, o prefeito Marcelo Crivella chegou ao Hospital Municipal Miguel Couto para acompanhar o atendimento aos feridos. De acordo com a Prefeitura, todas as equipes do município estão mobilizadas "para atender às vítimas da tragédia em Copacabana".

"Quero prestar minhas condolências e confortar as famílias de todas as vítimas nesse momento tão difícil. Agradeço às equipes de resgate por todo esforço e serviço prestado. Que possamos estar todos unidos em oração", disse Crivella por meio de sua página oficial no Facebook.

No Twitter da Prefeitura, o diretor geral do Hospital Miguel Couto, Cristiano Chame, afirmou que uma das vítimas estava em estado grave, com traumatismo crânio-encefálico, e outra estava prestes a ser operada, apresentando fratura exposta. As demais vítimas levadas ao hospital, segundo o diretor, estavam "sem gravidade maior".