5 coisas que você talvez não saiba sobre o Facebook reveladas por Zuckerberg em depoimento
O Facebook se tornou site de referência para milhões de usuários em todo o mundo. Uma plataforma para se informar e manter contato com os amigos.
Mas, em muitos aspectos, a rede social continua sendo uma grande desconhecida.
Onde vão parar as conversas que temos com os nossos amigos? E nossas fotos, inclusive depois que as excluímos? O Facebook é seguro?
Pela primeira vez desde a sua criação, o seu fundador, Mark Zuckerberg, teve que responder a estas e a inúmeras outras questões sobre o funcionamento da rede social a um comitê de senadores.
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O depoimento dado nesta terça-feira durou cinco horas e foi motivado pelo escândalo da Cambridge Analytica, consultoria que teria obtido e usado indevidamente informações de 87 milhões de usuários do Facebook, 443.117 deles brasileiros.
A consultoria teria tido acesso a esses dados ao lançar um aplicativo de teste psicológico na rede social. Os usuários que participaram do teste acabaram por entregar a ela não apenas suas informações, mas também as de amigos que têm em seu perfil.
Existe a suspeita de que a Cambdrige Analytica, que trabalhou para a campanha do presidente americano, Donald Trump, em 2016, tenha usado esses dados para influenciar o resultado do pleito.
A BBC selecionou 5 coisas que talvez você não saiba sobre o Facebook reveladas por Zuckerberg durante sua fala ao Congresso dos EUA:
1. Não há venda de dados
Uma das questões mais controversas que o Facebook enfrenta é o uso de dados de seus 2,2 bilhões de usuários (quase o dobro de toda a população da China).
Ciente disso, Zuckerberg tentou transparecer normalidade durante o depoimento e, para isso, detalhou parte da operação de sua empresa.
"Não vendemos dados para anunciantes", garantiu.
A empresa, de acordo com Zuckerberg, permite que os anunciantes lhes digam que tipo de público querem alcançar e é o próprio Facebook que coloca o anúncio na timeline das pessoas selecionadas.
O Facebook "só mostra os anúncios para as pessoas certas, sem que os dados mudem de mãos", disse ele.
2. Versão paga?
O modelo de negócios do Facebook é baseado, em geral, nessa publicidade e isso também gera polêmica.
"Nada na vida é de graça", disse o senador Orrin Hatch, após perguntar a Zuckerberg como o Facebook ganhava dinheiro sem cobrar dos usuários.
"Senador, publicamos anúncios", respondeu Zuckerberg com um sorriso.
Ele foi categórico sobre a possibilidade de cobrar aos cidadãos pelo uso do Facebook, sem que isso, no entanto, prejudique os propósitos da rede social.
"Sempre haverá uma versão gratuita", disse o empresário.
"Nossa missão é tentar ajudar a conectar todas as pessoas ao redor do mundo (...) Para isso, precisamos oferecer um serviço que todos possam pagar."
3. Onde vão parar suas conversas?
Você já se perguntou quais dados o Facebook tem sobre você, mesmo que você os tenha excluído?
Zuckerberg deu algumas pistas na terça-feira, graças às insistentes perguntas da senadora Deb Fischer.
O empresário especificou que a rede social armazena duas grandes categorias de informação para cada usuário: o conteúdo que a pessoa decidiu compartilhar e os dados relacionados a "transformar a publicidade em relevante".
Os usuários "têm controle total sobre ambas (as categorias)", disse ele.
"Quanto disso é armazenado? Isso ocorre com tudo em que clicamos? Isso é armazenado em algum lugar?", replicou a senadora Deb Fischer.
"Sim, nós armazenamos dados", disse Zuckerberg.
4. O Facebook está em uma 'corrida armamentista'
O criador da rede social descreveu um panorama difícil contra perfis falsos e agentes estrangeiros que tentam usar o Facebook e outras plataformas para manipular a população, particularmente nas eleições.
Zuckerberg alertou que há uma "corrida armamentista", referindo-se à internet, na qual os russos estão avançando.
"Há pessoas na Rússia cujo trabalho é tentar tirar proveito de nossos sistemas e de outros sistemas de internet, bem como de sistemas de outros tipos", explicou ele.
Zuckerberg considerou que é urgente investir nesta área e anunciou que o Facebook desenvolveu várias ferramentas para combater essas práticas.
Para o empresário, deter essas tentativas é uma das prioridades neste ano, em face de importantes eleições no continente americano e após suspeitas de interferência da Rússia nas eleições que deram a presidência a Donald Trump.
5. Dados que acabam nas mãos das autoridades
O Facebook colaborou no passado com as autoridades dos EUA e agora o faz com o promotor especial Robert Mueller, que investiga a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.
Reuniões foram realizadas, disse Zuckerberg, e vários funcionários foram interrogados.
No entanto, o empresário garantiu que, em outras áreas, o Facebook se recusa totalmente a transferir dados de seus usuários - por exemplo, em investigações sobre casos de deportação.
"Nos opomos fortemente a isso", disse Zuckerberg na terça-feira.
Suas declarações não conseguiram aplacar todas as dúvidas dos senadores e talvez tampouco de alguns usuários, mas logo haverá outra oportunidade: esta quarta-feira, dia em que o empresário voltará a ser questionado pelos legisladores de seu país.
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