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'Acho que estão soterrados': sobrevivente de erupção na Guatemala lamenta por família

04/06/2018 10h48Atualizada em 04/06/2018 20h00

Coberta da cabeça aos pés de cinzas vulcânicas, uma mulher caminha sozinha por uma estrada da Guatemala. Ela é uma das vítimas que sobreviveram à erupção do Vulcão de Fogo, a 40 quilômetros da capital do país.

A mulher conta que, ao ver a lava se aproximando, ela e outras pessoas da família correram morro acima. Mas nem todos sobreviveram. “Acho que estão soterrados’, diz a mulher.

Cerca de 1,7 milhão de pessoas foram afetadas. Pelo menos 62 pessoas morreram e 300 ficaram feridas em uma das mais violentas erupções em décadas na Guatemala.

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O Vulcão de Fogo, de 3.763 metros de altura, fica a 40 km a oeste da Cidade da Guatemala, a capital guatemalteca, e expeliu rochas, fumaça negra e cinzas no céu.

Um fluxo de lava atingiu a aldeia de El Rodeo, matando pessoas dentro de suas casas. O principal aeroporto da capital foi fechado e o presidente, Jimmy Morales, declarou três dias de luto nacional.

Em um comunicado oficial, Morales disse que o país vive uma “dor profunda” pelos “danos irreparáveis” às vidas humanas, provocados pelo vulcão.

Sergio Cabañas, chefe da agência guatemalteca de gerenciamento de desastres naturais, disse a uma rádio local que a lava mudou de caminho nos arredores do povoado de El Rodeo, nos pés do vulcão, o que dificultou a ação dos serviços de resgate.

“Infelizmente El Rodeo foi enterrada e não fomos capazes de chegar até a vila La Libertad por causa da lava e talvez há pessoas mortas lá”, declarou Cabañas, emendando que, entre os 25 mortos já contabilizados, há um funcionário da agência que comanda.

Entre os mortos, há também muitas crianças. Vídeos divulgados pela imprensa local mostram corpos na lava e socorristas atendendo pessoas cobertas de cinzas.

Essa é a maior erupção desde 1974, segundo especialistas locais.

Autoridades recomendam que a população use máscaras para evitar contaminação com as cinzas do vulcão. As Forças Armadas estão auxiliando no resgate e na montagem de abrigos temporários, além de ajudar a limpar as vias e o aeroporto da capital.