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O que se sabe sobre o ataque a tiros que matou mulher e feriu 13 em Toronto

AFP PHOTO / Cole BURSTON
Imagem: AFP PHOTO / Cole BURSTON

23/07/2018 08h11

Um atirador abriu fogo em uma movimentada avenida em Toronto, no Canadá, matando uma jovem e ferindo 13 pessoas - uma delas gravemente -, segundo a polícia. O caso foi registrado no domingo no distrito de Greektown.

A vítima em estado mais grave é uma menina de oito ou nove anos.

O atirador morreu, mas ainda não está claro se foi durante troca de tiros ou se ele cometeu suicídio. A identidade do autor e o possível motivo para o ataque não tinham sido foi revelados até a publicação desta reportagem.

O ataque ocorreu à noite na Danforth Avenue, quando a área estava lotada de pessoas, e teria sido realizado em pelo menos dois cafés, segundo o jornal canadense Globe and Mail.

Pelo Twitter, a polícia contou ter recebido a primeira chamada às 22h no horário local (23h no horário de Brasília) e que nove pessoas haviam sido baleadas e que o atirador estava morto.

Cerca de uma hora depois o número de vítimas foi revisto para cima: "14 vítimas foram atingidas por uma arma. Uma mulher morreu e uma menina está em estado crítico. O suspeito está morto (não incluído no total de 14 vítimas)".

Em um vídeo compartilhado pela mídia canadense, um homem branco de boné escuro, roupas escuras e com uma bolsa de ombro pode ser visto parando na calçada e puxando a arma antes de efetuar os disparos.

Algumas vítimas foram atendidas no local e outras levadas para hospitais locais.

O prefeito de Toronto, John Tory, condenou o que chamou de ataque "revoltante" a "pessoas que inocentemente aproveitavam uma noite de domingo".

O primeiro-ministro da província de Ontário, Doug Ford, tuitou uma mensagem de apoio às vítimas do ataque.

"Meu coração está com as vítimas e entes queridos do terrível ato de violência armada em Toronto. Obrigado a todos os socorristas por agirem rapidamente para ajudar aos que foram afetados", escreveu ele.

O que aconteceu?

O crime ocorreu nas proximidades de uma praça com uma fonte que é bastante popular na região e que estava bem movimentada no horário, escreveu o jornal o Globe and Mail.

A maior parte das vítimas foi atingida no cafe Demetres. Outras foram baleadas na rua.

Andrew Mantzios estava tomando café com amigos perto da fonte quando ouviu os tiros e se virou - foi quando viu o atirador, vindo na direção de seu grupo.

"Ele tinha uma expressão horrível no rosto", disse Mantzios.

O homem, segundo ele, disparou contra uma multidão que esperava para atravessar a rua.

"Uma senhora tentou correr e caiu. Ele se virou e atirou à queima-roupa, duas ou três vezes.", contou.

Mantzios e seus amigos se jogaram ao chão para se proteger e viram o agressor atravessar a avenida, atirando nos estabelecimentos comerciais.

Outras testemunhas dizem ter ouvido disparos, com pausas entre eles.

"Ele disparava, havia uma pausa, ouvíamos mais tiros e depois uma pausa e mais tiros", contou ao jornal John Tulloch, que estava caminhando na avenida com o irmão.

"Devem ter sido 20, 30 tiros ao todo. Foram muitos. Nós só corremos. Não houve gritaria, mas acho que todo mundo estava preocupado", acrescentou.

"Aquilo parecia surreal demais, como se não estivesse mesmo acontecendo. Mas todo mundo estava meio que se movendo e indo embora. Era difícil acreditar que era real."

Um motorista, Jim Melis, disse ao jornal que um homem branco usando boné preto e bandana havia atirado através de uma janela do café.

O atirador saiu correndo na frente de seu carro, atravessando a rua, antes de puxar a arma, disse ele.

Jody Steinhauer contou à CBC News que estava com a família em um restaurante da região quando ouviu o que pareciam ser de 10 a 15 explosões de fogos de artifício.

"Começamos a ouvir as pessoas gritando na frente", disse ela.

Paramédicos foram vistos posteriormente fazendo massagem cardíaca nos feridos ao redor da praça, segundo o Globe and Mail.

O que se sabe do agressor?

A polícia de Toronto confirmou que o atirador foi morto, mas não deu outros detalhes.

Jessica Young, funcionária do café Second Cup, disse a um jornal local, o Toronto Star, que viu o rosto do atirador antes de ele disparar pela janela.

"Ele me viu, ouviu meu colega de trabalho ou outra pessoa, apontou a arma e atirou pela janela. Ele provavelmente não era mais alto que eu, usava um boné preto de beisebol, roupas escuras. Tinha pele clara. Acho que tinha uma barba curta. Isso foi tudo o que eu pude identificar."

Ninguém ficou ferido no café em que ela trabalha.

Toronto é conhecida pela violência armada?

O prefeito afirmou que o ataque era um exemplo "do problema com armas" que a cidade enfrenta.

"As armas estão facilmente disponíveis para muita gente", disse ele a jornalistas.

Embora ataques com armas sejam muito mais raros no Canadá do que nos Estados Unidos, dados da polícia de Toronto mostram que o número de tiroteios na cidade mais do que dobrou entre 2014 e 2017 - passando de 177 para 395.

O caso deve aumentar ainda mais a pressão por um controle maior de armas no país.

O Partido Liberal do primeiro-ministro, Justin Trudeau, defende medidas como checagens de antecedentes mais duras, incluindo o monitoramento de pessoas com histórico de violência.

A exemplo do que ocorre nos EUA, o assunto é polêmico. Uma grande parte da população rural é contra restrições ao porte.

No caso do ataque Greektown, não se sabe ainda como o atirador obteve a arma.