Topo

Onda de calor pode quebrar recorde ao elevar temperatura a 48ºC na Europa

Em Madri. na Espanha, o forte calor levou os moradores a procurarem fontes de água na cidade - EPA
Em Madri. na Espanha, o forte calor levou os moradores a procurarem fontes de água na cidade Imagem: EPA

02/08/2018 20h04

Enquanto a Europa sofre outra onda de calor, meteorologistas dizem que o recorde de maior temperatura da história do continente pode ser batido nos próximos dias.

O recorde europeu é de 48º C, registrado em julho de 1977 em Atenas. No Brasil, a maior temperatura já registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) foi 44,7°C, na cidade de Bom Jesus (PI), em 21 de novembro de 2005.

As temperaturas estão subindo na Espanha e Portugal ajudadas por uma onda de ar quente vinda da África.

Meteorologistas dizem que se o calor continuar aumentando, provavelmente recordes nacionais de temperaturas devem ser quebrados neste fim de semana - o atual dia mais quente da história da Europa, há 41 anos, também pode perder o posto.

O serviço de análise climática da Espanha, por exemplo, colocou o país em alerta até o próximo domingo, dizendo que o calor está "especialmente intenso e duradouro."

O Meteoalarm, grupo europeu de alerta meteorológico, já emitiu um alerta vermelho para grande parte do sul de Portugal e para a província de Badajoz, na Espanha. Esse nível de alerta considera o clima perigoso e com potenciais riscos à vida.

O meteorologista da BBC, Nick Miller, afirma que a recente onda pode bater recordes de calor e é "potencialmente perigosa". Segundo ele, as temperaturas na península ibérica podem ser maiores que as registradas nos últimos 40 anos.

O recorde português é de 47,4ºC, em 2013. Na Espanha, a maior temperatura já registrada foi de 47,3ºC, em julho do ano passado.

"Sexta e sábado provavelmente serão os dias mais quentes (da onda de calor), e devem quebrar recordes de temperatura nacionais", escreveu o Mateogroup.

Segundo os meteorologistas, as temperaturas vão subir de 45º nesta quinta para 47ºC no fim de semana. O grupo disse que há 40% de chances do recorde de Atenas ser igualado neste fim de semana - e 30% de ser batido.

A forte onda de calor atingiu outros países da Europa, como a França e a Noruega - AFP - AFP
A forte onda de calor atingiu outros países da Europa, como a França e a Noruega
Imagem: AFP

Recordes europeus de temperatura

O Ipma, serviço português de meteorologia, afirma que o período de "excepcional calor" é comparável ao de 2003, quando houve alguns recordes. Mesmo as temperaturas mais baixas, que vão ocorrer durante a noite, devem ficar entre 25 e 30ºC.

O forte calor da península ibérica vem se repetindo em outros pontos da Europa.

Por causa do calor, o ponto mais alto da Suécia, uma geleira na montanha Kebnekaise, está derretendo vários centímetros por dia. Os cientistas que monitoram o fenômeno dizem que a geleira perderá seu título de pico do país para outro local.

O serviço de administração de estradas da Noruega pediu para os motoristas tomarem cuidado com renas e ovelhas que porventura se abriguem do calor em túneis.

Tore Lysberg, do governo, afirmou à agência de notícias AFP que "os animais se protegem em lugares mais frios; tanto renas quanto ovelhas se abrigam em túneis e áreas com sombras". No país, a temperatura chegou a 31,2ºC na quarta-feira.

Na Grécia, incêndios florestais mataram ao menos 90 pessoas. Na Suécia, também foram registrados dezenas de focos de fogo. Embora os incêndios florestais sejam um problema recorrente na Europa, o calor e o tempo seco por um período prolongado podem provocar maior incidência de casos.

Pesquisadores afirmam que as mudanças climáticas tornaram a onda de calor duas vezes mais longa do que deveria ser.

Por outro lado, o longo e quente verão pressionou as cervejarias alemãs, que venderam tanta cerveja a ponto de causar escassez de garrafas, recuperando o recorde negativo de vendas no ano passado.

Já no Estado alemão da Saxônia-Anhalt, os níveis extremamente baixos de água no rio Elba levaram à descoberta de granadas e munições perdidas da Segunda Guerra Mundial, segundo a polícia local. A corporação chegou a alertar os moradores que procurar explosivos no leito do rio é "perigoso e proibido".