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O que se sabe até agora sobre a queda da ponte na Itália que matou dezenas de pessoas

14/08/2018 12h01Atualizada em 14/08/2018 18h40

Uma ponte de uma estrada desmoronou nesta terça-feira perto da cidade italiana de Gênova, no norte do país. Veículos despencaram de cerca de 45 metros de altura, e ao menos 35 pessoas morreram, segundo autoridades.

Teme-se que haja ainda mais vítimas. O ministro italiano dos Transportes, Danilo Toninelli, disse que provavelmente se trata de "uma grande tragédia".

Temores que outras partes da ponte possam cair levaram à evacuação de edifícios na área, afirmou um integrante das equipes de resgate à agência de notícias italiana Ansa.

Imagens de câmeras de segurança mostram o colapso de uma das torres de sustentação da ponte durante uma tempestade.

Essa parte da ponte desabou principalmente sobre os trilhos de trem logo abaixo, disseram autoridades à agência de notícias AFP, acrescentando que carros e caminhões também caíram.

Uma imagem divulgada pelos serviços de emergência mostra um caminhão parado em uma das extremidades da ponte.

O premiê italiano, Giuseppe Conte, deve visitar o local para dar apoio às equipes que estão trabalhando no local e demonstrar solidariedade com as vítimas e sua família, informou o governo.

O que fez a ponte cair?

O colapso de parte da estrutura central ocorreu às 11h30 do horário local (6h30 do horário de Brasília), sob chuva forte.

"Logo após 11h30, vimos um raio atingir a ponte", disse à Ansa uma testemunha do incidente, Pietro M. all'Asa. "E então vimos a ponte vir abaixo."

A polícia afirmou que a causa do desastre está relacionada ao evento climático violento. Engenheiros dizem, no entanto, ser cedo para determinar a causa do colapso e que um raio é uma causa improvável.

O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, declarou que eventuais responsáveis pelo colapso da ponte serão responsabilizados. "Cruzei essa ponte centenas de vezes", disse ele.

"Agora, como um cidadão italiano, farei o que for necessário para obter os nomes e sobrenomes dos responsáveis pela ponte, no passado e atualmente, porque é inaceitável que alguém morra assim na Itália."

O vice-ministro de Transportes do país, Edoardo Rixi, declarou ser "inaceitável que uma ponte tão importante não tenha sido construída para evitar esse tipo de colapso".

A ponte passou por obras em 2016, disse a Reuters, e trabalhos de reforço das fundações estavam sendo feitos no momento da queda.

Um representante da empresa que opera a estrada, a Autostrade, disse à agência de notícias que "não havia razão para considerar a ponte perigosa" e que ela vinha sendo "constantemente monitorada e supervisionada além do que a lei exige".

Há quantas vítimas?

O ministro Toninelli informou que foram contabilizados até agora 35 mortos, entre eles ao menos uma criança, e alertou que esse número pode crescer.

O trânsito estava congestionado no local no momento, disse uma testemunha à emissora pública da Itália. Entre 30 e 35 automóveis e três veículos pesados estavam sobre a estrutura.

Veículos caíram no rio, e parte de um galpão foi destruído com o colapso. Carros e caminhões ficaram presos nos destroços, e prédios próximos foram danificados, segundo um fotógrafo da AFP que está no local.

A parte da cidade onde a ponte está é densamente habitada, de acordo com o jornal italiano La Repubblica. Várias pessoas ficaram feridas quando a estrutura caiu sobre suas casas.

Os bombeiros estão trabalhando para resgatar quem ficou preso sob os escombros. Há ao menos 200 pessoas colaborando com estes esforços.

Quão importante é essa ponte?

A ponte Morandi, construída na década de 1960, fica na rodovia A10, que leva à Riviera italiana e à costa sul da França.

A parte que caiu tinha 200 metros de comprimento aproximadamente e atravessava o rio Polcevera.

A queda da ponte foi "um incidente de grandes proporções em uma estrada vital, não só para Gênova, mas para todo o país", disse o governador da região da Ligúria, onde fica Gênova.

"A ponte Morandi conecta três portos importantes do nosso país, usados por dezenas ou até mesmo centenas de milhares de pessoas que partem dali em férias. Essas docas recebem a maior parte das importações do país. Esse incidente é um dano à estrutura do sistema de logística italiano. Esperamos uma resposta rápida do governo federal."