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Criminosos furtam 42 fuzis e deixam réplicas de madeira no lugar no Paraguai - arsenal pode chegar ao Brasil

Os fuzis FN FAL são amplamente utilizados por forças de segurança no mundo; mais de 40 unidades foram furtadas - Getty Images
Os fuzis FN FAL são amplamente utilizados por forças de segurança no mundo; mais de 40 unidades foram furtadas Imagem: Getty Images

28/08/2018 14h20

A polícia do Paraguai descobriu que 42 fuzis foram furtados de um quartel do país. No lugar das armas, os ladrões colocaram réplicas de madeira e plástico para enganar as autoridades.

Segundo as autoridades do país, as armas - do modelo FN FAL - podem ter como destino a Argentina e também o Brasil.

A investigação começou depois que alguns dos fuzis começaram a aparecer no mercado ilegal paraguaio. Cada um pode custar até US$ 10 mil (cerca de R$ 41 mil).

As armas foram furtadas de um depósito policial da cidade de Capiatá, a cerca de 20 km de Assunção, capital do Paraguai.

A imprensa local publicou fotos das réplicas e classificou o furto como "escândalo vergonhoso" para a história da força policial do país.

As autoridades suspeitam que parte das armas pode chegar aos países vizinhos Brasil e Argentina. Segundo a Polícia Federal brasileira, boa parcela de armamento ilegal apreendido no país nos últimos anos era oriunda do Paraguai. As armas chegaram ao território brasileiro por meio do contrabando.

Bolívia, Argentina e Estados Unidos também estão na lista de países de origem de arsenal ilegal encontrado no Brasil.

Ministro do Paraguai fala em 'situação grave'

O ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, anunciou nesta segunda-feira que sua pasta vai investigar o desvio de armamento. Ele também classificou o episódio como "grave", afirmando que as armas podem parar nas mãos de criminosos internacionais.

O ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayo, classificou o furto de fuzis como 'grave' - Ministério do Interior do Paraguai - Ministério do Interior do Paraguai
O ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayo, classificou o furto de fuzis como 'grave'
Imagem: Ministério do Interior do Paraguai

Investigações da polícia e do Ministério Público brasileiro apontam que o Paraguai é um dos países da América Latina com maior presença de membros da facção criminosa paulista PCC fora do Brasil. Estima-se que mais de 500 integrantes do grupo vivam hoje no país vizinho.

No ano passado, a quadrilha foi acusada de promover um dos maiores roubos da história do Paraguai, quando levou milhões de reais de uma empresa de transporte de valores. No assalto, que ocorreu na cidade fronteiriça de Ciudad del Este, a facção utilizou fuzis, metralhadoras e bombas.

O furto de armas no Paraguai é recorrente. Segundo o ministro Villamayor, entre e janeiro e julho deste ano, um total de 90 armas desapareceram ou foram perdidas por policiais do país.

"Não é possível aceitar como algo normal quando um oficial da polícia perde uma arma", disse Villamayor, que assumiu o cargo em agosto.

Os rifles furtados foram levados para o depósito porque a polícia os estava substituindo por outros mais novos. O agente responsável pelo arsenal foi substituído.